domingo, 25 de fevereiro de 2018

Poema - Tormenta


E mais uma vez sinto o ar pesado
Numa sala tão cheia de vazio
Sinto meu espírito amuado
E na espinha,um arrepio
Ao ver os fantasmas do passado
Sinto o mais intenso frio
Novamente aterrorizado
Preso em mais um dia sombrio
Queria não ter sido deixado
Nesse cárcere tão doentio

Mas eu sou o único a culpar
Aquele que eu abandonei
Aquele que já conseguiu escapar
É também quem acorrentei
Trazendo-me de volta a este lugar
Que eu sempre odiei
Pois pareço não me amar
Se é que um dia já me amei
Por assim me torturar
Na dor prazer eu achei?

E então olho pras minhas cicatrizes
Não na pele, mas na mente
Lembranças dos dias mais infelizes
Um aviso de uma voz doente
“Não se martirizes
Não abandone seu espírito ardente
Nesse mundo de atores e atrizes”
A voz repete eloquentemente
“Sem medo de cometer deslizes
Avante, sempre imponente!”

E pareço despertar enfim
Do terror que bem conheço
De um pesadelo que não tem fim
De um crime que eu pago o preço
Mas que mesmo assim...
É uma lição pela qual agradeço
Um lembrete que todo dia ruim
Traz a chance de um recomeço
Porque ainda não desisti de mim
Sei que uma segunda chance mereço

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