domingo, 28 de agosto de 2016

Anúncio 34

Vou ser bem direto hoje. Tentar, pelo menos.
Vestibulares chegando. Menos tempo pra escrever. Eu tendo que fazer simulados no fim de semana. Tristeza. Mas é a vida. Tenho bastante material engatilhado, por assim dizer. Quando eu tiver tempo, continuo o conto de terror que comecei semana passada, que não vai ser tão longo (acho). Tenho também uma ideia pra um conto mais ameno, digamos assim. Vocês vão ver.
Até logo...

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Capítulo 62

The Invitation
O Convite

“Mas...o quê?”.
Tristan, Shadowing e Astaroth haviam acabado de voltar ao Palácio de Nidhogg. O trio estava paralisado em frente à entrada da sala do trono. As paredes, o piso e até o teto estavam danificados. A porta havia sido completamente destruída. Dezenas de seres das Trevas estavam mortos, espalhados pelo, com seu sangue tingindo quase todas as superfícies da sala.
Quem...fez isso? Shadowing parecia não acreditar na cena. Dentro do Palácio de Nidhogg...não...
Trabalho interno? Astaroth opinou. Vocês acham que pode ter sido algo assim?
Não...não há como. Respondeu Tristan sombrio.
Como você pode ter tanta certeza?
Por que isso é obra dele.
Tristan trincou os dentes e marchou para dentro da sala do trono. O local também estava destruído, repleto de escombros e corpos mutilados. Do trono de Nidhogg, havia sobrado apenas o pó e uma garrafa dourada quebrada de hidromel.
“Droga...”.
Shadowing e Astaroth vieram correndo atrás de Tristan.
O Lorde Nidhogg... Shadowing murmurou.
Ele não pode ter morrido! Astaroth respirou fundo e se voltou para Tristan. Não é?
É claro que não! A voz do Lorde das Trevas respondeu.
A partir de uma nuvem negra, Nidhogg surgiu à frente do trio.
Nidhogg! Shadowing exclamou. O que aconteceu aqui?
Foi ele. Tristan respirou fundo. Maximillian.
Sim. O Lorde das Trevas confirmou. Bem...eu não preciso dizer nada. É bem nítido o que aconteceu aqui.
Certo, uma catástrofe. Disse Astaroth naturalmente. Mas...como? Ele é só um homem!
Ele não estava sozinho... Murmurou Shadowing. Não é?
É... Nidhogg suspirou. Ele estava junto com três deuses.
“Como!?”.
Shadowing ficou sem reação. Astaroth balançava a cabeça de um lado para o outro, tentando, provavelmente, esquecer o que o deus havia dito. Tristan cerrou os punhos.
Além do Deus da Terra...quem mais estava com ele? O guerreiro indagou.
O Deus dos Animais e o Deus do Sangue. Nidhogg respondeu. Os originais. Cada um deles teve seu respectivo descendente, mas...eles nunca chegaram ao mesmo nível dos antecessores. Ele bufou. Os quatro...vieram até aqui...sem dificuldades...destruíram boa parte do meu palácio...mataram muitos dos meus cidadãos e trabalhadores daqui...invadiram a minha sala do trono...e...mostraram piedade. Ele cerrou os punhos. Aquele tal de Maximillian...sorriu e me entregou uma carta. Os quatro...podiam ter me vencido em uma luta, caso me enfrentassem todos ao mesmo tempo. Mas...eles não fizeram isso.
A carta tem o local e a data do duelo, não é? Tristan indagou.
Sim.
Ótimo. Tristan estendeu a palma da mão aberta. Entregue-me.
Sem questionar, Nidhogg obedeceu. Tristan leu a carta e respirou fundo.
Amanhã... O guerreiro das Trevas murmurou. Eu...vou treinar mais um pouco agora. Eu tenho que estar preparado para amanhã.
Astaroth, Shadowing e Nidhogg assentiram.
Nós cuidaremos do resto. O Lorde das Trevas disse com a voz firme. Não se preocupe.

Tristan assentiu. Sem dizer mais nada, ele deixou a sala que estava em ruínas.

domingo, 21 de agosto de 2016

Conto de Terror 15, parte 1

A Mina Mal Assombrada


Não existem assombrações, nem vida após a morte, nem nada dessas bobagens místicas. A única função dessas besteiras é entreter os entediados ou, então, disciplinar os tolos. Nada como contar para uma criança pequena sobre algum tipo de bicho papão pra colocá-la na linha, não? E o mesmo serve para quando os tolos crescem. Diga a eles que um lugar é assombrado, ou que algum objeto é amaldiçoado, que os idiotas vão preferir manter distância de seja lá o que for.
A obediência pelo medo é muitas vezes mais eficaz do que a pelo respeito... E é por isso que a lenda da mina mal assombrada da minha cidade faz sentido. Ninguém deveria entrar lá. Ninguém tem um motivo para entrar lá. Toda a prata daquele lugar já havia sido mandada para longe há, pelo menos, um século. Logo, o lugar deveria permanecer vazio.
Entretanto, lendas sobre fantasmas dos antigos mineradores eram tão antigas quanto a própria mina. É claro que alguns homens podem ter morrido em algum acidente mais de cem anos atrás. Era uma mina, uma sequência de túneis que passavam por debaixo de toneladas de pedra e terra. Um golpe errado de uma picareta poderia causar um desabamento, soterrando dezenas ou isolando-os do resto do mundo, deixando-os para morrer de fome ou sede.
Agora, se você acha plausível que um espírito, um corpo não físico, fique nesse mundo, preso num túnel, procurando por prata com uma picareta, matando qualquer mortal que entre em seu caminho e tente roubar o que ele tanto procura... Desculpe-me. Se você acha isso plausível, você não pode ser muito inteligente.
De fato, você é tão inteligente quanto os outros caipiras da minha atual cidade se você acredita numa besteira dessas. Parabéns.
Porém... Devo admitir que eu também sou um idiota. Talvez não tanto quanto você, mas sou um mesmo assim. Meus motivos, entretanto, são diferentes.
Aos dezessete anos, meu círculo de amigos era composto de cinco fracassados. Eu já estava enjoado deles. Fazia tempo. Eu ficava entediado ao ponto de ficar irritado às vezes. Era como se nenhum deles fosse capaz de proferir uma palavra com mais de quatro sílabas, incapazes de pensar por si só. Juro, se não fosse pela cerveja barata que sempre traziam, este que vos fala já teria ido para bem longe, em busca de companhias mais inteligentes... Se houvesse algo do tipo na minha cidade.
Porém... Admito que tinha um outro motivo para eu continuar por perto deles...
Julie. Esse era o nome dela. Ela... Era diferente dos demais. Devo dizer que não é das mais inteligentes, mas... Ela era especial. Bonita, mas não gostava de aparecer. O jeito desleixado que ela se vestia a fazia parecer, de vez um quando, um cara de cabelos compridos e cílios longos. Mas o sorriso carinhoso continuava lá. Sempre. Bem como os olhos verdes e carinhosos. Bem os lábios rosados e delicados. Bem como as bochechas alvas que coravam com facilidade quando ria ou bebia um pouco demais.
Gentil, atenciosa, carinhosa, sempre serena... Ela era boa demais para um babaca que nem Diego.
O cara era o típico riquinho mimado. Um magricela tatuado, com pose de valente, cabelinho arrumado, sempre vestindo roupas caras que resolveu desbotar ou cortar um pedaço por motivos de estilo. Como todo bom espécime da raça, se metia em problemas constantemente por achar que as regras não se aplicavam a ele, levando o resto dos amigos junto para a delegacia. Entretanto, ter um pai rico e influente na cidade era o ás que estava sempre em sua manga.
Por mais que o sujeito me irritasse, eu confesso, andar junto com ele podia ser um tanto quanto divertido às vezes. Eu não vivia muito antes de me mudar para cá. Era muito quieto, anti-social até, raramente saia de casa. Agora a situação havia mudado. E acho que é por isso que, no final das contas, eu tolerava o Diego e o seu bando. Talvez Julie também se sentisse assim. Talvez ela, que consegue ver sempre o lado bom das pessoas, visse algo que eu nunca seria capaz de ver naquele mauricinho metido à rebelde. Ou talvez ela só fosse burra demais. Vai saber...
Enfim, deixe-me contar a você, caro leitor, sobre a pior decisão que já tomei.
Estava uma noite linda. No céu cor de ébano, as poucas nuvens arroxeadas pareciam fugir para longe. As estrelas prateadas brilhavam como chamas intensas. A gigantesca lua branca fazia seus observadores ficarem de queixo caído ao direcionarem seus olhares a ela, e eu estava incluso nessa afirmação.
Pelas colinas, o meu grupo (ou melhor, o grupo de Diego) andava sem rumo aparente, sem ninguém para nos impedir. Cada um dos cinco tinha uma garrafa de cerveja na mão e nenhum papo remotamente interessante em mente. Sob o efeito de álcool, era fácil rir um pouco de vez em quando e, como eu não era de ficar contrariando o que os outros falavam, todos seguiam sem problemas comigo, como sempre.
Algumas horas depois, as cervejas já haviam acabado e eu, infelizmente, já estava sóbrio.
Olhei para a minha direita. Diego andava com seu braço envolvendo a cintura de Julie, cochichando algo no ouvido dela enquanto a garota sorria. Desviei meu olhar. Um pouco atrás de mim, estavam Gustavo e Gabriella, os outros dois integrantes do grupo que, sinceramente, não tenho nada de interessante para contar sobre os dois. Eles viviam a vida sem ter um propósito, sem ambição, apenas sobrevivendo sem saber o que fazer no dia seguinte. Naquele momento, ambos estavam completamente chapados graças aos baseados que haviam fumado há pouco, como o de costume.
Quando voltei a olhar para frente, parei de andar. Percebi que estávamos a poucos metros da entrada do lugar nefasto.
Cara... Gustavo falou com a voz arrastada. Olha a tal da mina aí...
Foi apenas nesse momento que o resto do bando percebeu a existência do lugar.
Na entrada da caverna de rochas acinzentadas, eu já podia ver as placas e faixas com avisos para manter as pessoas longe. A passagem havia sido bloqueadas por tábuas de madeira que, nitidamente, foram quebradas.
Cara... Agora era Gabriella que falava. A gente ta tão perto... Sabe o que a gente devia fazer...?
Entrar lá...? Gustavo riu. Isso seria do caralho...
Né? Gabriella abriu um sorriso que a fez parecer ainda mais estúpida. A garota, então, sacou uma câmera de vídeo do bolso do casaco como se fosse algo completamente normal. A gente podia tentar achar uns fantasmas... E tentar filmar uns deles... Algo me dizia que a filmadora tinha, normalmente, uma utilidade bem diferente. Quem topa?
Ela levantou a mão logo em seguida, assim como Gustavo. Apenas eles, é claro, queriam ir.
Só a gente mesmo...? Ela exibia o exato oposto de um sorriso agora em seu semblante. Que chato...
Não é uma boa ideia. Advertiu Diego, tentando soar maduro e responsável. Vocês dois não estão pensando direito...
Ele ta certo. Julie concordou, ainda agarrado no namorado. Se a gente perguntar pra vocês mais tarde se vocês querem ir, vocês vão falar que não. Acreditem.
Ah... Gustavo suspirou. Qual é...
Já sei! Exclamou Gabriella. Vamos ficar só na entrada... Tipo, vamos dar uns... O quê? Uns dez, vinte passos pra dentro da mina... Ok? Aí a gente volta...
É! Gustavo concordou usando seu vasto vocabulário de maconheiro.
Nada vai dar errado... Gabriella continuou. A gente só tem que ficar junto, né? Além do mais... Ela foi andando, quase cambaleando, até Diego e apontou um dedo na direção do rosto dele, quase acertando o nariz empinado. Você tem aquilo... Né?
Aquilo...? Diego ergueu uma sobrancelha. Do quê...?
A arma! Gustavo gritou alto o suficiente para acordar um espírito da mina, se houvesse algum.
Ah... Ele levou uma mão o lado esquerdo da cintura e a apalpou. É... Tá aqui...
A arma. Um revólver que o pai comprou para ele, já prevendo o tipo de confusão que o filho se meteria. Um ato um tanto quanto responsável, isso é, se você não se importa com a lei que permite o porte de armas de fogo no nosso país apenas a policiais, a alguns seguranças e aos militares. Magricelas de dezessete anos com pais milionários não estão inclusos na lista.
Viu...? Gabriella sorriu. Se houver algum problema... Você protege a gente!
E atira! Gustavo, mais uma vez, contribuiu muito para o diálogo.
Não, ok? Diego, mais uma vez, tentou soar como o responsável do grupo. Isso não é um brinquedo. É só pra ser usado em emergências.
Hm... A garota levou o indicador ao lábio, pensativa. Então... Você poderia me emprestar a arma...?
Agora você ficou louca... Julie resmungou.
Por quê? Gabriella levou as mãos à cintura.  Só você pode pegar na arma dele, é?
Ela sorriu. Julie mostrou os dentes. Gustavo riu. Diego tentou se manter indiferente. E eu? Tentei apenas tirar a imagem da cabeça de uma certa pessoa pegando na arma de outra.
Vamos parar com isso, ok? Diego suspirou. A gente não precisa entrar lá. E a gente não vai entrar lá.
E você não vai atirar...? Gabriella indagou, parecendo triste agora.
Não, não vou.
Ok...
Sem dizer mais nada, a garota deu meia volta e começou a correr em direção à mina.
Espera! Diego exclamou. Pare!
Ou o quê? Gabriella parou de correr por um instante e olhou na nossa direção. Vai atirar em mim, gostosão? Ela riu. Vamos, Guto!
Gustavo, então, olhou para nós.
Já volto. Ele falou rindo e, então, começou a correr.
Quando percebi, estavam todos a correr, com a exceção sendo eu mesmo. Sinceramente, aquilo não valia o esforço físico. Andar a passos largos era o máximo que eu poderia fazer.
Cinco segundos se passaram e Gustavo conseguiu tropeçar, nem sei no que exatamente, caindo de cara no chão num baque surdo. Enquanto Diego e Julie se aproximavam do maconheiro caído, Gabriella entrava na caverna.
Droga... Diego trincou os dentes.
Até que a Gabi corre bem pro estado dela, né, amor...? Julie comentou um pouco impressionado. Eu tinha que concordar.
É... Ele assentiu e, então, olhou para Gustavo, cutucando o corpo dele com a ponta do pé. Será que ele ainda ta acordado...?
Pouco provável. Respondi. Em todo caso, fique de olho nele. Eu já volto.
Pra onde você vai...? Julie perguntou.
Pra mina... Trazer a Gabi de volta antes que ela se machuque muito.
E você acha que vai sozinho? Diego indagou.
E você acha que tem coragem de entrar lá? Retruquei.
Ele não respondeu. O casal não falou nada. Sabia que o medo irracional deles era forte demais.
Foi o que eu pensei. Bufei. Já volto. Não percam o Guto de vista.
Victor... Julie murmurou. Aliás, sim, Victor é o meu nome. Cuidado... Ok?
Normalmente eu não ligo para palavras como essas. Geralmente, soam muito falsas. Porém, foi Julie que as disse, então...
Ok. Sorri. Não se preocupe.
Ei, Vic... Agora foi uma voz menos agradável que me chamou.
Eu olhei para Diego. Sem hesitar, ele sacou o revólver da calça e o estendeu até mim, apontando o cabo da arma na direção do meu peito.
Pegue. Diego pediu.
Pra quê? Indaguei. Pra eu atirar num fantasma se ele vier me pegar? Não acho que vai dar muito certo...
A gente não tem como saber o que tem lá dentro... Ele explicou.
Eu olhei para a arma. Então, olhei para os rostos preocupados de Diego e Julie. Eu podia ver em seus olhos que estavam com medo.
Valeu... Eu suspirei. Mas vou ter que deixar passar.
Mas...
Eu sei me virar. Falei rispidamente. Além disso, não preciso de uma arma na mão pra me sentir um homem...
Com isso, dei às costas ao casal.
Meus próximos passos me levaram à entrada da mina. Senti um vento gélido bater em minhas costas enquanto eu encarava a escuridão diante dos meus olhos. Um mau pressentimento atravessou minha espinha com um calafrio.
Eu cerrei os meus punhos e respirei fundo.

Droga... Murmurei, então, dei um passo à frente.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Teaser 3J

Teaser 3J


Marcia Frost...
Vinte e dois anos...
Olhos verdes...
Os cabelos castanhos encaracolados desciam além da linha dos ombros...
Pele clara... É do tipo de pessoa que vai para a praia se bronzear com a luz da lua...
Não é muito de sorrir... Parece estar sempre irritada com alguma coisa quando sóbria...
Não se preocupa muito com o corpo dela... Está um pouco acima do peso... Diz ser contra padrões de beleza sem sentido, apesar de julgar um pouco pela aparência... Assim como qualquer outra pessoa, não é?
Sua chamada inteligência é derivada de livros, jornais, noticiários e redes sociais... Um bando de informações distorcidas para entrar em concordância com o que ela quer... Novamente, posso dizer com certeza que ela não é a única...
Gosta de agir sem pensar... E de tomar as dores dos outros... Ela rapidamente se exalta e envolve outras pessoas em seus esquemas sem pestanejar... Tudo por um bem maior... Tudo pela Justiça... Não é mesmo...?
Devo admitir que a popularidade dela é surpreendente... Há aqueles que a odeiam... Porém, ela parece ter muitos amigos do lado dela... Amigas, principalmente...
Cursar Ciências Sociais parece ter sido uma escolha natural... Afinal, com todo seu interesse por política... Bem... Só posso dizer que ela não vai ser a pior do meio... Não tem como ser...
Hm... Quanto à família dela... Posso ver alguns problemas bem interessantes... Porém, também vejo um elo bem forte entre algumas pessoas... A jovem sempre contou com um bom suporte, isso não posso negar...
Prevejo que ela vai lutar com unhas e dentes pelo que quer... Ela daria até a última gota de sangue dela numa briga para defender o que ela acredita ser o correto...
Hm...

Talvez seja assim mesmo que ela morra...

domingo, 14 de agosto de 2016

Teaser 3I

Teaser 3I


Hakim Sage...
Vinte e três anos de idade...
Olhos castanhos claros... Atrás das lentes dos óculos, o olhar calmo escondia algo sobre si mesmo...
Cabelo curto, praticamente negro, bem cortado... Combina com a barba cerrada, bem aparada...
Pele morena clara...
Parece sempre estar sorrindo... Nada exagerado, mostrando os dentes ou rindo sem motivo... O que era bom... Era autêntico, sincero, genuíno...
Mantém uma boa forma física... Não é nenhum aficionado por exercícios físicos, mas tenta ter certa disciplina na vida e um pouco de zelo por seu corpo...
 O jovem é inteligente... Um gênio, ouso dizer... Formou-se em Psicologia sem problemas e não teve que fazer sacrifícios para isso... Continuou com seus hobbies e com sua vida social...
Nos últimos anos, começar e manter amizades não pareciam ser mais problemas... Conversava com facilidade e logo já parecia conhecer a pessoa há anos... Ele entendia cada uma delas...
Não demorou para juntar um bom grupo de amigos... Algo que parecia impossível no passado...
Entretanto, todo bom grupo de amigos tem seus problemas... Conflitos internos não eram poucos... Hakim parecia ser exatamente o elo que unia todos...
Sem ele... O que aconteceria...?
Sinto que essa pergunta será respondida em breve...
E... Quando isso acontecer... O que acontecerá com o jovem...?
Ele perderá o controle...
Das cicatrizes deixadas por sua família, novas feridas surgirão...
O sangue verterá novamente...

E eu estarei assistindo a tudo com prazer...

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Capítulo 61

The Return of the Angel
O Retorno do Anjo

“Interessante...”.
A partir do cabo da arma, formou-se uma espada. A lâmina era feita completamente de luz branca. Astaroth sorriu maniacamente. Entretanto, antes que o Demônio pudesse fazer qualquer coisa, Tristan estendeu o braço na frente do amigo.
Não faça nada. O guerreiro pediu a Astaroth. Pelo menos...não agora.
O Demônio de olhos verdes bufou e se manteve calmo. Shadowing não esboçou nenhuma reação. Migrasi parecia confuso.
Vocês...não vão fazer nada? O Anjo indagou. Vocês não acreditam que eu possa lhes ferir. Ele franziu a testa. Subestimar um inimigo...não achei que vocês fossem do tipo que fazem isso.
Você não é nosso inimigo. Disse Shadowing. Mas eles... Ele apontou para o esquadrão de Anjos que se aproximava. Eles são os nossos inimigos. Eles não vão sair daqui com vida.
O ruído agudo dos autômatos soou por toda a cidade. O som de centenas de máquinas se levantando e se dirigindo onde o trio estava era enlouquecedor. Tristan trincou os dentes. Em um instante, ele se transformou em trevas e se jogou contra Migrasi. Rapidamente, eles deixaram a cidade. Quando o Anjo finalmente conseguiu se soltar, os dois já estavam a mais de um quilômetro de distância da cidade.
O que...você fez? Migrasi perguntou.
Os dois estavam agora em uma plataforma, coberta por um gramado verde esmeralda, na encosta de uma montanha. Ao sul e ao oeste do local, havia uma queda de mais de meio quilômetro até uma planície. Ao norte e ao oeste, a própria montanha cinzenta.
Apenas escolhi uma arena mais...privada. Tristan respondeu. E, talvez, eu consiga fazer com que você volte a raciocinar.
Migrasi riu.
Qual o seu problema? Ele indagou claramente irritado. Você ainda acha que somos aliados?
Não exatamente. Respondeu o guerreiro das Trevas. A minha única certeza é que nós não somos inimigos.
Sem responder nada, Migrasi abriu suas asas e, com sua espada, avançou ferozmente contra Tristan. Sem dificuldades, o guerreiro sombrio desapareceu da frente do Anjo e, em um instante, surgiu atrás dele. Antes que Migrasi pudesse se voltar para trás, Tristan o atacou com um chute nas costas, arremessando o oponente mais de um metro para frente.
Nós somos inimigos...é o que você diz. O guerreiro das Trevas sorriu. E é isso apenas. Nada mais. Ele se voltou para trás, encarando a cidade a distancia. Você não luta contra mim como se fossemos inimigos. Sabe por quê? Por que você não acredita que nós somos inimigos. Você não quer me enfrentar.
Cala-se! Migrasi bradou. O Anjo já estava de pé e apontava a arma contra Tristan. Pare de agir como se você soubesse de tudo!
O guerreiro das Trevas bufou.
Eu não vou me calar tão fácil. Ele sorriu e invocou sua espada. A lâmina apontava diretamente para a cabeça do Anjo. Venha você fazer isso.
Ora... Migrasi grunhiu. Ótimo!
Mais uma vez, o Anjo avançou contra Tristan. Novamente, o guerreiro das Trevas desapareceu da frente de Migrasi. Porém, desta vez, o Anjo estendeu sua mão esquerda para trás. Quando Tristan surgiu, prestes a, novamente, chutar as costas do oponente, Migrasi sorriu e segurou a perna do adversário.
“Ora...”.
O Anjo estendeu seu braço direito. Em uma fração de segundos, a lâmina da arma se transmutou. Na mão direita de Migrasi, agora, havia um machado.
“Como...?”.
O Anjo desferiu o ataque. Rapidamente, Tristan colocou sua espada entre seu prórpio rosto e o machado do oponente, bloqueando o golpe. Faíscas surgiram do contato entre as armas. As energias da Luz e das Trevas se confrontavam. Rapidamente, com um tranco, Tristan conseguiu fazer com que o adversário soltasse sua perna. Entretanto, o guerreiro das Trevas ficou com a guarda aberta. Migrasi sorriu. Sem hesitar, ele desferiu um ataque contra Tristan. Em uma fração de segundos, o guerreiro das Trevas trouxe a prórpia espada para junto do corpo, conseguindo bloquear o ataque de Migrasi, porém, sendo forçado a ficar lutando apenas na defensiva.
“Droga...”.
Quase insanamente, O Anjo atacava com seu machado. Tristan bloqueava todos os ataques, sem uma brecha suficiente nem para se transformar em trevas.
Ainda...acha...que...somos...amigos!? Migrasi indagou entre os ataques que desferia. Você...não...sabe de nada!
Enquanto falava, o Anjo ficou a guarda aberta. Rapidamente, Tristan atacou. Exatamente como o adversário fez, Migrasi trouxe a arma para junto do corpo, bloqueando os golpes do guerreiro das Trevas. Entretanto, diferentemente do Anjo, Tristan atacou incansavelmente, sem dizer uma palavra. Após mais de vinte ataques, o guerreiro das Trevas desferiu um ataque que resultou no desarmamento de Migrasi. A espadada de Tristan lançou o machado de Luz do Anjo a alguns metros de distância deles. Agora desarmado, Migrasi abriu as asas e tentou voar por cima do oponente. Tristan soltou sua espada. Quando o Anjo estava exatamente acima dele, o guerreiro das Trevas agarrou ambos os pés do adversário. Com um movimento rápido, Tristan puxou o inimigo contra o chão, fazendo com que as costas de Migrasi se chocassem contra o solo bem a sua frente. Em um instante, todo o ar parecia ter saído dos pulmões do Anjo. A dor estava estampada em seu rosto, com os olhos arregalados e a boca amplamente aberta.
Você ainda não está no meu nível, Anjo. Disse Tristan. Mas, admito que, agora, você lutou como um inimigo de verdade...entretanto, ainda não foi pelo motivo certo.
O sol, aos poucos, começava a aparecer no céu.  Lentamente, Migrasi recuperava o ar e tentava se levantar.
Você estava sendo motivado pela raiva. O guerreiro das Trevas continuou. E não é nem raiva de mim. Você só a está direcionando a mim.
Cale-se... Migrasi murmurou.
Essa sua raiva é por causa da confusão. Tristan prosseguiu, sem se importar com o que o Anjo dizia. Essa confusão é pelo seu conflito interno, na sua mente apenas. Isso tudo por que você não sabe onde é o seu lugar.
Cale-se.
Você nunca se sentiu como parte das forças da Luz. Isso foi por causa do seu rosto ferido. Mas, agora, com seu rosto curado, talvez pelo próprio Leviathan, mas...isso eu não tenho certeza e, sinceramente, não é muito importante. O que realmente importa foram as conseqüências. Os outros a sua volta começaram a te tratar bem. Eu tenho certeza disso. E foi nesse momento que você começou a sentir ainda mais repulsa por eles.
Cale-se!
Eles agiam como se, em um passo de mágico, você fosse um deles. Como se toda a discriminação e comentários maldosos nunca tivessem existido. Mas...ao mesmo tempo, você se sentiu em dívida. Uma dívida com aquele que te curou. Uma dívida com um ser da Luz. Esse é o único motivo que te faz continuar do lado deles.
Migrasi urrou. A lâmina voltou para a forma de espada, porém, agora, mais longa. Com ambas as mãos, o Anjo agora manejava uma espada de cinco metros de comprimento.
“Pelo visto...essa arma não tem peso”.
Morra! Migrasi bradou.
O Anjo avançou contra o adversário com sua nova arma. Tristan não se moveu. Com um urro, Migrasi começou a atacar. Sem dificuldades, Tristan se transformava em trevas e se esquivava dos golpes.
“Por mais que o alcance dos ataques tenha aumentado, a velocidade diminuiu...”.
O guerreiro das Trevas bufou.
“Isso ainda não é nada...”.
De pouco em pouco, Tristan avançava rumo ao oponente, ziguezagueando, após deviar de cada ataque desferido por ele. Após poucos segundos, o guerreiro das Trevas e o Anjo estavam frente a frente. O rosto de Migrasi estava estampado com uma mistura de raiva e confusão. Entretanto, antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Tristan desferiu uma joelhada contra o abdômen de seu adversário. Novamente, a dor estava clara no rosto de Migrasi enquanto ele ficava sem ar. Rapidamente, Tristan segurou o Anjo, impedindo a queda do oponente.
Piedade...? O rosto de Migrasi se retorceu de raiva. Por quê...?
Eu não pretendo te matar. Respondeu Tristan. O que eu pretendo é te fazer admitir. Eu quero ouvir a verdade vinda de sua boca.
Ah...certo. Boa sorte com isso...
“O quê...?”.
Tristan olhou para baixo. Sem ele perceber, a arma havia se transformado novamente. Agora, uma corrente longa, feita de Luz, com um dos lados cheio de pequenas lâminas, estava na mão direita de Migrasi.
“Droga...”.
A extremidade da arma envolvia a perna direita de Tristan. Com um movimento rápido para o alto, Migrasi lançou o oponente para o ar. Antes que o guerreiro das Trevas pudesse reagir, o Anjo atacou. Em uma fração de segundos, Tristan conseguiu proteger o rosto com o braço esquerdo. Entretanto, o ataque ainda conseguiu o lançar metros para trás, além de estilhaçar uma parte de sua manopla esquerda.
Nada mal... Tristan sorriu.
O guerreiro das Trevas olhou para o próprio braço esquerdo e, em seguida, para seu calcanhar direito. A armadura estava danificada em ambas as partes, além do sangue que escorria pela sua manopla.
E então? Migrasi soou irritado. Preparado para começar a levar essa luta a sério?
Tristan bufou.
Caso você consiga desviar do meu próximo ataque...sim. Ele disse calmamente. Mas eu duvido que isso irá acontecer.
O Anjo grunhiu. A arma em sua mão brilhou mais intensamente. Em um instante, o comprimento da corrente triplicou. As lâminas também haviam sido modificadas, estando, agora, mais afiadas e curvas. Migrasi trincou os dentes.
Ótimo! Ele urrou. Eu aceito o seu desafio!
Rapidamente, o Anjo começou a agitar a corrente em torno de si. A mão de Migrasi começou a se mover em uma velocidade impressionante, consequentemente, agitando a arma freneticamente. Em um vislumbre, o Anjo parecia ter se envolvido por um escudo de Luz ovalado.
“Impressionante...mas ainda está longe da perfeição...”.
Tristan se transformou em trevas e avançou contra o oponente. Passando rapidamente por entre os segmentos da corrente, o guerreiro apareceu bem à frente de Migrasi. A surpresa estava nítida no rosto do Anjo. Não houve tempo para ele reagir. A palma da mão direita de Tristan agarrou a face de Migrasi. O guerreiro passou sua perna direita por trás das pernas de seu adversário.
“Pronto...”.
Em um segundo, Tristan empurrou a cabeça do Anjo para baixo enquanto o fazia tropeçar sobre sua perna direita. O impacto foi estrondoso. Migrasi quase teve sua cabeça esmagada contra o chão. O olhar do Anjo parecia perdido. Tristan tinha seu punho direito erguido. Rapidamente, Migrasi cerrou os olhos com afinco, nitidamente com medo. O som que mais parecia de uma explosão soou próximo ao lado esquerdo do rosto do Anjo. O soco de Tristan abriu um pequeno buraco no chão. Migrasi abriu os olhos lentamente. Tristan estava agachado ao seu lado. Ele bufou.
Vamos parar com isso, certo? Sugeriu o guerreiro.
Ah...eu... Migrasi soava legitimamente confuso.
Você não precisa seguir essa vida. Você pode ter nascido como um Anjo, mas você não age como um.
Eu...sei.
E então? Você vai mudar?
Como se fosse simples. Ele bufou. O que eu deveria fazer? Cortar as minhas asas e me juntar às forças das Trevas?
Não. Nada iria mudar. Tristan estendeu a mão para Migrasi.
O Anjo hesitou por alguns instantes e, então, apertou a mão do guerreiro, que o levantou.
Então...o que eu deveria fazer? Migrasi indagou.
Isso...é por sua conta. Respondeu Tristan calmamente. Mas não abandone os seus ideais e, se possível, mantenha suas asas.
Certo. Ele sorriu. E...você pode me perdoar?
Não.
O Anjo suspirou.
Não há nada que você tenha feito que precise de meu perdão. Tristan sorriu e pousou sua mão direita no ombro esquerdo de Migrasi. E, além disso, eu deveria lhe agradecer.
Ah... O Anjo estava claramente confuso. Mas...por quê?
Por eu não ter tido que te matar. Eu teria me sentido muito mal.
Certo... Ele riu. Bem...espero que eu não sido muito problemático...
Comparado a tempestade que a minha está no momento, você voi apenas uma leve brisa.
Os dois riram. De repente, um vulto parecia cortar os céus. Era Shadowing. O Demônio pousou junto de Tristan e Migrasi.
Ora... Shadowing olhou o rosto dos dois. Ambos sorridentes, apesar da face levemente ferida do Anjo, com alguns arranhões e uma marca arroxeada na testa. Creio que a situação está sob controle aqui.
Sim. Concordou Tristan. E...na cidade?
Foi um massacre. O Demônio contou. Milhares de autômatos apareceram para lutar contra os Anjos. Os seres da Luz foram todos mortos. Eu e Astaroth quase não fizemos nada por falta de oportunidade e necessidade...o que o deixou bem irritado. Ele olhou para Migrasi. Tristan salvou sua vida, sem dúvidas.
Sim...sem sombra de dúvidas. O Anjo suspirou. Bem...agora tenho que decidir que rumo a minha vai tomar. Parece bem simples. Ele ironizou. Talvez amanhã eu já tenha me decidido.
Talvez sim. Concordou Tristan. Mas...não tenha pressa, certo?
Migrasi assentiu. Ele se despediu dos amigos brevemente e voou até que ninguém mais o pudesse avistar.
Bem...não só encontramos e protegemos Nighthand, como também firmamos uma aliança com ele. Shadowing sorriu. Sem contar com o Migrasi se tornando permanentemente nosso aliado.
É... Tristan sorriu. Foi um bom dia. Ele olhou para a cidade no horizonte. O sol agora brilhava. Temos que nos despedir de nosso novo aliado e falar com o Astaroth. Em pouco tempo, estaremos de volta à cidade de Nidhogg.

Shadowing assentiu. Em um instante, a dupla cruzou os céus rumo ao horizonte.

domingo, 7 de agosto de 2016

Teaser 3H

Teaser 3H


Ophelia Blake...
Dezoito anos...
Olhos azuis escuros... Por debaixo dos óculos, o olhar tímido parece tentar se esconder...
Seus cabelos negros desciam até umas polegadas abaixo dos ombros... Neles, uma mecha vermelha como sangue chamava a atenção de quem olhava para a jovem... E já provocava julgamentos precoces dos que a encaravam...
Pele branca como a neve...
Um belo corpo, apesar de frágil ser... Porém, ele é mantido escondido... Afinal, a jovem não gosta de chamar a atenção...
Dos poucos que se aproximavam dela, uma minoria continuava ao seu lado... Raros eram os que conheciam a verdadeira doçura de Ophelia...
Ela é bem inteligente... Entretanto, falta foco para a garota... Ela tem muitas preocupações, distrações inescapáveis que a atormentam...
Ela se vê como uma pária... Já pensou em acabar com a própria desgraça do jeito mais rápido e discutivelmente fácil... Mas não o fez... Alguém muito importante a mantém forte...
A cura viria das próprias mãos... Ela entenderia, sozinha, os problemas que nunca conseguiu explicar corretamente para ninguém... E se salvaria... Esse era, pelo menos, o plano...
Se formar em Psicologia não era nenhuma garantia... Mas ela tinha que tentar... Culpar a própria mãe por tudo não era uma solução...
Há algo dentro da jovem que, infelizmente, não pode ser compreendido... Não pode ser compreendido pela maioria, isso é...
Vozes estavam em conflito dentro da pobre Ophelia... Muitas delas não pertenciam à jovem...
Hm...

Ela vai acabar sendo o problema de alguém... Uma maldição que fede à sepultura... E vai ser nesse momento que a jovem vai mostrar a sua verdadeira força... E a sua verdadeira face...

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Anúncio 33

Eeee... O inevitável aconteceu...
Acabaram as minhas férias de duas semanas. O que significa que o ritmo de postagens vai voltar ao normal, infelizmente.
Peço, porém, para aqueles curiosos com a nova história de terror uma coisa: releiam os teasers antigos. Fiz algumas mudanças neles desde que os postei. Afinal, não tinha nada muito definido. Ainda não tenho. Mas não se preocupem. Já tenho vários detalhes planejados.
Dez personagens serão amaldiçoados nessa jornada. Planejo dizer o máximo de cada um, fazendo vocês torcerem por eles: seja para o bem ou para o mal, para sobreviverem ou morrerem brutalmente...
Vocês verão...
Aguardem...
Até...