The Tower
A
Torre
Em um instante, local se transformou em um caótico campo
de batalha. Centenas de guerreiros com armaduras de cristal enfrentavam
mercenários e Demônios. Assassinos de ambos os lados esperavam pelo momento
certo para matarem os oponentes mais poderosos. Arqueiros faziam chover flechas
sobre seus adversários. Magos lançavam os mais variados e mortíferos feitiços a
bel-prazer. Tristan sorriu e segurou gentilmente a mão de Lilith.
—
Vamos passar por cima deles? —
O guerreiro das Trevas perguntou.
—
Ah...qual o plano? —
Lilith indagou.
—
Ir direto até a torre.
—
Por que é muito simples.
—
Não seja tão pessimista. Eu te deixo em algum lugar seguro.
—
Certo. Eu fico atirando virotes enquanto você extermina metade do exército deles.
—
Exatamente.
—
E, após termos causado dano o suficiente, nós invadimos a torre.
—
Nós dois? Você acha que seremos o suficiente.
—
Talvez tenhamos mais adeptos à idéia quando formos botar o plano em prática.
—
Como o Shadowing e o Astaroth?
—
Sim. Quando eles chegarem. Talvez até tenham mais Demônios e, quem sabe, alguns
seguidores das Trevas.
—
Certo... — Lilith
ponderou por alguns segundos. —
Bem...acredito que não podemos perder mais tempo aqui. Temos que seguir com a
missão.
Tristan sorriu.
—
Ótimo. — O guerreiro
das Trevas trouxe a caçadora para junto de si. —
Então...vamos!
Em um instante, Tristan e Lilith se transformaram em
trevas. Rapidamente, os dois sobrevoaram o campo de batalha. Chamas, tanto
vermelhas, tanto negras, trepidavam pelo solo e pela flora da caverna. Águias,
lobos e até ursos lutavam lado a lado dos membros da Tiamat. Nuvens negras
envolviam e cegavam guerreiros com armaduras de cristal. Rochedos, relâmpagos e
até lanças de gelo tiravam a vida de inúmeros seres das Trevas. Demônios,
utilizando-se de uma variedade impressionante de armas, ceifavam a vida de
incontáveis adversários. Após alguns minutos, Tristan e Lilith chegaram até a
frente da torre.
“Ora...”.
A torre era
praticamente isolada do resto do lugar. Ela estava exatamente em cima de um
pilar de rochas com o dobro do diâmetro dela. As paredes da construção eram
feitas de granito A porta, que parecia ser folheada a ouro, estava trancada. Bem
a frente da torre, havia uma ponte, feita também de granito. Ela se estendia
por mais de trinta metros. Sua largura permitia que mais de dez pessoas
pudessem atravessá-la lado a lado.
“Perfeito”.
—
Lilith, você pode ficar na ponte. —
Opinou Tristan. — Eu
conterei o batalhão da Tiamat. Caso alguém saia da torre, teremos tempo de nos
deslocarmos para outro lugar.
Lilith assentiu. Com um beijo rápido, eles se separaram.
Tristan foi de encontro aos oponentes. Lilith permaneceu na ponte com sua besta
em mãos.
“Vamos...”.
A frente de Tristan, milhares de guerreiros da Tiamat
enfrentava algumas centenas de seres das Trevas.
“Por onde eu começo...”.
Tristan sorriu. Em um instante, ele estava no ar. Suas
asas feitas com seu poder o sustentavam. Ele respirou fundo. Sua aura brilhou
intensamente. Faíscas escarlates surgiam de seu corpo. Rapidamente, toda a sua
aura negra havia se tornado vermelha, ofuscando a visão dos guerreiros no campo
de batalha. Distraídos pela luz, muitos dos membros da Tiamat ficaram com a
guarda exposta, permitindo uma vantagem momentânea para os seres das Trevas.
“Ora...nem eu esperava que isso fosse acontecer”.
Tristan sorriu e, um instante depois, sua expressão se
tornou séria. Ele respirou funndo.
“Tenho que me concentrar...”.
O Escolhido de Nidhogg juntou as mãos. Em meio ao caos do
campo de batalha, os guerreiros da Tiamat não podiam fazer nada contra Tristan.
Porém, a partir de posições estratégicas, alguns arqueiros e magos tentavam
atacar o guerreiro das Trevas. Entretanto, nenhum feitiço ou flecha conseguia
atravessar a aura de Tristan.
“98...99...100!”.
Tristan abriu as mãos. Um círculo vermelho surgiu em sua
frente. Em uma fração de segundos, uma centena de adagas escarlates foi lançada
no campo de batalha. As lâminas atingiram, certeiramente, os guerreiros da
Tiamat. Independentemente de onde as adagas acertavam, uma explosão exterminava
um guerreiro com armadura de cristal.
“Perfeito”.
Tristan pousou em meio a mais inimigos. Com uma seqüência
rápida de ataques, o guerreiro das Trevas exterminou uma dezena de adversários
a sua volta. A espada de Tristan atravessava as armaduras de cristal como se
elas fossem feitas de areia. As espadas e machados dos guerreiros da Tiamat não
conseguiam alcançar Tristan. Todos eram mortos antes que pudessem sequer
atacar.
“Fácil...”.
Tristan olhou na direção da ponte. Lilith continuava a
atirar contra os inimigos. Porém, agora, os virotes eram feitos com a própria
energia sombria dela.
“A munição dela acabou. Ela está recorrendo a virotes
feitos com a própria energia...”.
Tristan suspirou.
“Espero que ela não se desgaste demais...”.
Mais adversários se juntavam em torno do guerreiro das
Trevas. Tristan sorriu. Uma saraivada de feitiços de fogo, gelo, água, ar,
eletricidade e até veneno foi lançada contra ele. Em um instante, Tristan se
transformou em trevas e surgiu atrás de um dos oponentes. Rapidamente, ele
correu pelos oponentes, ceifando a vida deles com sua espada.
“Patéticos...”.
Tristan olhou para trás. Um trio de guerreiro das Tiamat
avançava na direção de Lilith. Em um instante, ele surgiu na frente dos
oponentes. Um deles, que manejava uma espada com ambas as mãos, atacou Tristan.
Com um movimento rápido, o guerreiro das Trevas golpeou a arma do oponente com
sua espada. O ataque separou a lâmina da espada de cristal do cabo da arma.
Estupefatos com o que acabara de acontecer, os três guerreiros ficaram imóveis.
Tristan sorriu. Com um estralar de dedos, chamas negras tomaram conta do corpo
do guerreiro que fora desarmado. As chamas o deixaram em pânico. Lentamente, o
fogo derretia a armadura de cristal. Desesperado, o homem correu para longe até
cair morto. Antecipando-se, os outros dois guerreiros fugiram. Tristan riu e se
virou para trás.
—
Eu não disse? — Ele
perguntou com um sorriso estampado no rosto. —
Eu vou te proteger, meu amor. E não só agora.
—
Obrigada. — Lilith
sorriu. — Mas não
espere que eu me torne uma donzela indefesa.
—
Eu também espero que isso nunca aconteça.
Os dois riram. Tristan perdeu o olhar nos olhos de
Lilith. A caçadora fez o mesmo.
“Eu...deveria voltar a batalha, mas...”.
Antes que Tristan pudesse concluir o pensamento, fogo
emanou do chão atrás de Lilith. Antes que ela pudesse se virar, uma lança de
cristal surgiu dentre as chamas e atravessou suas costas até seu abdômen.
—
LILITH! — Tristan
gritou desesperado.
Os olhos da caçadora se arregalaram. Seu rosto ficou
pálido. Uma lágrima escorreu do seu olho esquerdo. Lentamente, Lilith olhou
para baixo. Ao ver a ponta da lança, ela tentou gritar, sem sucesso. A caçadora
olhou de volta para Tristan. Vagarosamente, ela abriu os lábios. Novamente, nenhum
som saia. Então, as chamas atrás dela se apagaram. Um homem, trajando uma
armadura de cristal completamente vermelha, apareceu manejando a lança. Ele não
usava um elmo. Sua pele era cor de marfim. Seus cabelos eram castanhos e
desgrenhados. Os olhos azuis do homem encaravam diretamente o guerreiro das
Trevas. O homem sorria desafiador.
—
Queime. — O homem
sussurrou no ouvido de Lilith. Entretanto, a voz do homem parecia ecoar até
atingir Tristan. —
Até a alma...
A ponta da lança de metal brilhou da mesma cor da
armadura do homem. Rapidamente, o abdômen de Lilith começou a queimar.
Rapidamente, as chamas consumiram completamente a caçadora. Em um instante, o
corpo de Lilith havia se transformado em cinzas e se dispersado pelo ar.