domingo, 27 de agosto de 2017

Poema - Paraíso

Um suspiro aliviado eu soltei
Ao te ver dormindo ao meu lado
Pois mais uma vez me despertei
E o sonho não havia se acabado

Olhando para o nada então sorri
Tudo e nada passando em minha mente
Sentindo algo que nunca antes senti
Deliciando-me com o belo presente

E daqui amor não quero ter que partir
Distância não desejo do teu calor
Pois é você quem sempre me faz sorrir
Quem me livra da minha própria dor

Por mais um momento fiquemos no agora
Deixe-me me perder de novo no teu olhar
Então tranque o resto do mundo lá fora

Pois nosso pequeno paraíso não quero deixar

sábado, 26 de agosto de 2017

Poema - Meu crime

Dedico essas palavras a mais cruel atriz
Ao demônio que me tirou o chão
Ao menos está feliz?
Ou foi meu sofrimento em vão?

Você foi a cura que não soube controlar
Foi a droga que quebrou minha mente
Foi o fogo que fez minha alma queimar
O caminho para a condenação ardente

Você me diminuiu como ninguém antes
Crucificou-me por cada pequeno erro
Negou nossos momentos como amantes
Matou-me e me negou o maldito enterro

Quero arrancar de volta os sorrisos que te dei
Devolva-me toda a emoção, todo o sentimento
E cada maldito segundo que contigo compartilhei
Infelizes oferendas ao eterno arrependimento

Ofereço-te também tudo o que você me deu
Receba toda a minha dor, toda a agonia
E sobre o coração sonhador que você abateu
Guarde os pedaços, tributo à covardia

Minha alma não aguenta nem mais uma ferida
E já que em vida não consigo te sangrar
Apenas me resta esperar o dia de minha ida
Para que eu possa enfim te assombrar

Então sofra como sofro, sofra como sofri
Sinta que nada no mundo pode te salvar
E tema o que eu temo, tema o que temi

Arrependa-se do vil crime que é amar

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Poema - Redescoberta

Aprendi a confiar nas correntezas
Aprendi a confiar nos ventos
Pois me resgataram dos cruéis céus cinzentos
E agora rumo a esplendorosas incertezas

Aprendi a não lutar contra a voraz maré por fim
Aprendi a não me segurar onde julguei ser seguro
Aprendi a não confiar num ideal tão imaturo
Para não me afogar novamente num mar de nanquim

Enquanto a tempestade se extingue de minha alma
Meu olhar se maravilha com os infinitos horizontes
E um sentimento antigo em meu coração desperta

Em vastos campos verdes, em rios de água calma
Com minhas mãos firmes, ergo mil e uma pontes
Novas estradas para a minha nova redescoberta