domingo, 6 de maio de 2018

Poema - Cegueira


Você adora quebrar a verdade
Reduzir-la a meros cacos
Forjando uma nova realidade
Perante seus olhos opacos

Porque é sempre assim com você
A dualidade do certo e errado
Na qual o correto é o que você crê
Enquanto o resto é enterrado

Derrotas certas nunca a admitir
Com seu orgulho eu me irrito
A falta da razão não vai te impedir
Você vai querer ganhar no grito

Pois por de trás da língua dum cego
Tão venenosa quanto é ágil
Está o seu sempre evidente ego
Tão grandioso quanto é frágil

E você sabe que não vai aguentar
A frieza dum mundo que não escolheu
Como vidro você vai se despedaçar
Se viver num delírio que não é seu

Então queime o que não querer
Despeça-se da centelha derradeira
Pois nas trevas escolheu viver
Quando optou pela própria cegueira

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