segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Poema 1 - Parte 4

Não me parecia possível
Afinal, nada eu estava fazendo
Era realmente incrível
O quanto ela estava crescendo

Mais encantadora a cada dia
Minha protegida se tornava
Eu já a via como minha cria
E a mim ela já amava

Nada parecia ser capaz de a derrubar
Nem mesmo quando seus pais se afastaram enfim
Era algo impossível de se evitar
Algo previsível que já havia anunciado seu fim

A doce garota dormia em paz
Quando a noite chegava
Sem saber que o que era voraz
E que o caótico a habitava

Noite após noite eu a defendi
Das criaturas vis que se arrastavam até sua cama
Inquebrável eu sempre venci
Com garras afiadas e uma alma como uma chama

Eu não podia fingir que era normal
Aquilo que eu fazia com tanto vigor
Matar aqueles que eu já vi como igual
Para manter meu cargo de protetor

Foi algo que eu acabei tendo que aceitar
Algo que rapidamente se tornou suportável
As negras vidas que eu tive que ceifar
Eram pelo bem daquela criança tão adorável

Porém, uma coisa eu ainda não sabia
Que a noite abrigava demônios maiores que eu imaginava
Monstros que se camuflam durante o dia

Uma espécie de besta que apenas a destruição desejava

Nenhum comentário:

Postar um comentário