Mais tarde, um pensamento invadiu minha mente
Uma memória turva, dada como esquecida
Algo que deveria ter sido apagado eternamente
Do que sobrou de minha alma há muito enegrecida
Voltei para o quarto da garota na noite seguinte
Algo que não era nem um pouco de meu agrado
Imagine, aparecer lá como um reles pedinte
Desejando saber algo sobre o meu passado
Uma vez de volta àquele lugar
Encarei aquele rosto delicado e serene
Tentando ao máximo me lembrar
De uma memória que deveria ser perene
Não demorou para que ela os olhos abrisse
Avistando a grande sombra ao seu lado
E se para vocês, leitores, eu mentisse
Diria que a garotinha havia gritado
Inferno, aquilo estava me irritando
Muito, muito mais do que eu queria
Por sua vida ela deveria estar chorando
Entretanto, para mim gentilmente sorria
Com os olhos pesados, a menina bocejou
Despedindo-se com um rápido aceno de mão
Prontamente a cabeça no travesseiro deitou
Não se importando com o monstro aqui em questão
No entanto, eu não parti
Haviam assuntos sérios ali a serem resolvidos
Então, por lá permaneci
Vagando
atento, longe dos olhos e ouvidos
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