The Return
O
Retorno
Uma semana depois...
—
Vocês realmente não tiveram pressa para voltar para cá, não é? — Nidhogg perguntou com um
sorriso no rosto.
O Lorde das Trevas estava
sentado em seu trono com uma taça de hidromel em sua mão esquerda. Sua cabeça
estava apoiada em sua mão direita que, por sua vez, estava apoiada no braço
direito do trono. Em sua frente, Tristan e Shadowing estavam em pé.
—
As nevascas atrapalharam muito. —
O guerreiro das Trevas disse rispidamente. —
Nós chegamos antes do exército. Eu nem sei ao certo quando eles vão chegar.
—
O importante é que a missão logrou êxito. —
Shadowing acrescentou solenemente. —
E, ainda por cima, conseguimos dominar a cidade.
—
Ah...sério? — Nidhogg
arqueou uma sobrancelha. —
Vocês não a destruíram?
—
Não. — O Demônio
respondeu. — Alguns
dos soldados permaneceram lá para proteger o território. Também conseguimos alguns
espólios interessantes, como algumas armas e armaduras feitas pelos bárbaros,
bem como lingotes e ferramentas que eles utilizavam.
—
E ouro. — Tristan acrescentou.
— E prata. E algumas
jóias. — Ele sorriu. — Não podemos nos esquecer
dessa parte.
—
Sim... — Nidhogg
tomou um gole de hidromel. —
Presumo que o exército chegará com esses espólios.
—
Exatamente. —
Shadowing afirmou.
—
Muito bom... — O
Lorde das Trevas respirou fundo. —
Bem...eu tenho apenas duas perguntas. A primeira...bem, é algo que eu já sei a
resposta. Eu apenas gostaria que vocês confirmassem.
—
Pergunte. — Pediu
Tristan.
—
A cidade está sendo protegida tanto pelos nossos soldados, tanto pelos de
Leviathan, certo? —
Nidhogg indagou.
—
Sim... — Shadowing
respondeu apreensivamente.
—
Isso será um problema futuramente. —
O Lorde das Trevas disse. —
Não sabemos qual a importância que Leviathan dará ao lugar. Ele pode mandar
forças para tomar o lugar apenas para ele. —
Ele bufou. —
Bem...lidaremos com isso depois.
—
Podemos enviar nossas forças para lá também, não podemos? — Tristan perguntou.
—
Sim. —Nidhogg
suspirou. —
Sinceramente, qualquer coisa pode acontecer. Ele pode não mandar as forças e
nós sim. Assim, dominaríamos o território. Por outro lado, nenhum de nós pode
mandar nossas forças. A luta seria decidida pelos soldados que já estão lá.
Caso Leviathan e eu enviemos mais tropas para lá...bem, seria uma verdadeira e
sangrenta guerra. —
Ele bebeu mais um gole de hidromel. —
Como eu havia dito, nós lidaremos com isso depois.
—
Quando? — Tristan
indagou.
—
Depois desse relatório, provavelmente. —
O Lorde das Trevas respondeu sem muito interesse. — Bem...eu tenho mais uma pergunta e, depois,
um anúncio para vocês.
—
Ótimo. — Shadowing
disse. — Pergunte
então.
—
Certo... — O Deus das
Trevas bebeu o último gole da taça e fez com que o objeto desaparecesse se
desfizesse em sombras. —
Como vocês conseguiram tomar a cidade?
—
Mais da metade dos moradores da cidade foram mortos. — Shadowing respondeu. — E muitos se renderam ou fugiram.
—
Como!? — Nidhogg
arregalou os olhos. —
Eles se renderam...ou fugiram? Ainda estamos falando sobre os bárbaros?
—
Sim. —Shadowing riu. — Tudo graças ao seu
Escolhido.
O Lorde das Trevas fitou
Tristan. Após um segundo, a expressão no rosto de Nidhogg foi de surpresa para
felicidade.
—
Ora... — O Deus das
Trevas exibiu um sorriso largo. —
Então...você conseguiu usar aquele ataque?
—
Sim. — Tristan
sorriu.
Nidhogg gargalhou alegremente.
Shadowing parecia intrigado.
—
Muito bem! — O Lorde
das Trevas sorriu ainda mais largamente. —
Eu sabia que você conseguiria.
—
Fiz apenas como você me explicou. —
Tristan sorriu.
—
Ah...aquilo fazia parte do seu treinamento, Tristan? — Shadowing indagou.
—
Mais ou menos. — Tristan
admitiu. — Eu aprendi
a controlar os meus poderes ainda mais facilmente graças ao treino. Eu também
consegui mais energia e aprendi a gastar menos dela durante as lutas. Há algum
tempo atrás, o Nidhogg me explicou sobre aquele ataque.
—
Eu acreditei que o Tristan já teria capacidade para usar aquele ataque. — O Lorde das Trevas
acrescentou. — Então,
eu ensinei os fundamentos para ele. Eu o avisei que o ataque consumiria boa
parte dos poderes dele. —
Ele riu. — Eu sabia
que ele conseguiria usar o ataque, mas eu não esperava que ele amedrontasse os
poderosos guerreiros bárbaros.
—
Muito menos eu. —
Tristan riu.
—
Bem...que bom que deu certo. — O Lorde das Trevas
respirou aliviado. —
Bem...agora tenho algo a lhes informar.
—
O que é? — Shadowing
perguntou.
—
Uma nova missão. —
Nidhogg respondeu. —
Não se preocupem. Não será tão cedo. Talvez, seja daqui a uma semana ou dez
dias.
—
Qual será o nosso objetivo? —
Tristan indagou.
—
Derrubar a Tiamat. —
O Lorde das Trevas sorriu malignamente.
Tristan e Shadowing arregalaram
os olhos, surpresos. Nidhogg gargalhou.
—
Adorei essa reação de vocês! —
O Deus das Trevas disse enquanto ria.
—
Você...está falando sério? —
Tristan indagou.
—
Sim. — Nidhogg
respondeu. — Nós não
lutaremos ao lado das forças da Luz, mas continuaremos com a nossa
trégua...pelo menos, no sentido de não atacarmos um ao outro. — Ele invocou uma nova taça
já com hidromel. —
Nós atacaremos a base principal da Tiamat. As forças de Leviathan atacarão a
base principal da Chimaera. Depois dessas missões, voltaremos a ser inimigos.
—
Certo... — Shadowing
disse enquanto tentava assimilar todas as novas informações. — Bem...como vocês
descobriram as localizações das bases deles?
—
Nós tivemos agentes trabalhando nisso enquanto vocês trabalhavam na missão de
vocês. — O Lorde das
Trevas disse. — Creio
que vocês conhecem alguns deles.
Logo atrás de Tristan e
Shadowing, dois vultos surgiram das sombras.
—
Que bom que vocês estão vivos! —Astaroth
riu maniacamente. —
Não é mesmo, Lilith?
—
Sim. — A caçadora
concordou com um sorriso. —Já
faz muito tempo.
—
Bem... — Nidhogg
bocejou. — Vocês
estão dispensados, por hoje. Descansem, pois vocês merecem. Aprimorem as suas
habilidades, pois vocês precisam. A próxima missão será a mais importante de
suas vidas, até o momento.
Todos assentiram e saíram da
sala do trono andando calmamente. Os quatro andaram até a entrada do palácio.
—Eu
mal posso acreditar nisso. —
Shadowing disse.
—
No quê? — Lilith
indagou.
—
Um momento de paz. —
Shadowing riu. — Nós
conseguimos um momento de paz.
—
Não fale isso. —
Tristan advertiu. —
Algo vai vir para estragar o momento.
—
Verdade... — Astaroth
murmurou. — É melhor
que aproveitemos esse momento logo.
—
Sim. — Lilith sorriu.
—
O que você sugere então, Astaroth? —
Shadowing perguntou.
—
Vamos beber. — O
Demônio psicótico propôs com um sorriso largo. —
Aproveitaremos a noite! —
Ele se voltou para Tristan e Lilith. —
Bem...eu creio que vocês não conseguirão acompanhar Shadowing e eu, certo? — Ele piscou para os dois.
—
Sim...infelizmente. —
A caçadora respondeu.
—
Mas não se preocupem. —
Tristan pediu. —
Arrumaremos outra coisa para fazermos. Talvez possamos treinar um pouco juntos,
não é, Lilith?
—
Claro. — A caçadora
respondeu com um sorriso.
—
Ah...vocês têm certeza? —
Shadowing indagou.
Tristan e Lilith assentiram com
a cabeça.
—
Viu? — Astaroth sorriu.
— Não se preocupe com
os dois. Vamos beber logo! Somos, provavelmente, os Demônios mais poderosos da
atualidade! Nós merecemos bebidas! E, se a nossa fama ajudar, não serão apenas
bebidas que conseguiremos no bar hoje.
—
Bem... nesse caso...certo. —
Shadowing apertou o ombro direito do amigo com a mão esquerda. — Vamos beber!
—
Esse é o espírito! —
Astaroth gritou alegremente. —
Agora, vamos! — Ele
se voltou para Tristan e Lilith. —
Até outro dia!
—
Até mais! — Shadowing
se despediu.
Tristan e Lilith acenaram para os amigos,
despedindo-se deles.
—
Bem... — O guerreiro
das Trevas envolveu seus braços ao redor da cintura da caçadora. — O que faremos agora?
—
Tenho algumas idéias... —
Lilith sorriu. —
Mas...não aqui.
—
Muita gente vendo, não é?
—
Sim.
—
Entendo. Nesse caso...
Em um instante, os dois se
transformaram em trevas e surgiram na sacada do quarto de Tristan. O guerreiro
continuava com os braços ao redor da cintura da caçadora. A luz da lua
iluminava os dois.
—
Melhor? — O guerreiro
indagou com um sorriso.
Lilith não disse nada. Ela
apenas sorriu e os dois se beijaram.
—
Eu já estava sentindo falta disso. —
Tristan sorriu.
—
Eu também. — Lilith
sorriu de volta. —
Então...vamos tentar não parar, certo?
—
Certo.
Os dois se beijaram novamente.
Após o beijo, a caçadora sorriu.
—
Então...já está meio tarde. —
Disse Lilith. — Eu
poderia passar a noite aqui?
—
Eu não vejo por que não. —
Tristan respondeu sorrindo.
—Ótimo.
— Lilith andou até a
cama. — Vai me
acompanhar? Ou você prefere dormir no chão?
—
Você acha que tem autoridade para me tirar da minha própria cama?
—
Então você me acompanha?
—
Não é óbvio?
Os dois sorriram. Lilith se
jogou para trás, puxando Tristan junto para cama.
—
Espero que você não morra tão cedo. —
Lilith sorriu. —
Temos muitas coisas para fazermos juntos ainda nessa vida.
—
Sim... — Tristan
sorriu de volta. —
Você é a melhor coisa que me aconteceu nesses últimos anos. Não quero passar
mais nenhum instante longe de você. Você...
Lilith colocou o indicador
direito delicadamente na frente dos lábios de Tristan. Com o mesmo cuidado, o
guerreiro entrelaçou os dedos de sua mão esquerda entre os dedos da mão da
caçadora.
—
Certo. — Tristan
disse. — Entendi.
A armadura do guerreiro se
desfez em sombras. A luz da lua foi se tornando mais branda até que sumisse por
completo. Em meio à escuridão serena da noite, o romance dos dois se sacramentou.
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