The Blade of Death
A
Lâmina da Morte
—
Sonífero, hein? —
Gabriel riu. — Nada
mal, seguidor da Deusa da Alquimia. Principalmente por não afetar você ou o seu
aliado.
—
Porém, poderia ser melhor. —
Tristan disse secamente. —
Você não conseguiu derrubar metade dos seus adversários. Você não é poderoso o
suficiente.
O Capitão deu de ombros.
—
Não importa. — O
alquímico apontou sua alabarda a centímetros do rosto de Tristan. — Vocês estão enfraquecidos
o suficiente agora para que eu possa matá-los sem dificuldades. Seus reflexos e
raciocínios estão lentos. Vocês não poderão atacar antes de mim, muito menos
desviar de meus ataques e os contra-atracar. —
Ele riu maniacamente O olhar dele evidenciava tanto o desprezo pelos oponentes
tanto a idéia de que ele era superior a eles. —
E, como se eu não fosse o suficiente para dar um fim à existência de vocês, meu
subordinado aqui é, sem sombra de dúvidas, mais forte que vocês. — Ele apontou para o
guerreiro que havia surgido de uma parede. —
Na verdade, em questão de combate direto e força bruta, ele é ainda mais
poderoso do que eu.
O guerreiro andou até Tristan e
Gabriel. O membro de Tiamat tinha pouco mais de um metro e noventa de altura. A
armadura dele era diferente da dos outros. Mesmo sendo de cristal, ela parecia
ser feita de rochas de coloração bege com espinhos da mesma cor espalhados por
toda a superfície. Seus ombros eram largos e suas mãos, gigantescas. Apesar do
porte físico, ele não carregava nenhuma arma como um machado ou uma espada de
duas mãos; de fato, o guerreiro não levava nenhuma arma consigo o que, mesmo
assim, não o deixava menos imponente.
—
Seguidor do Deus da Terra, certo? —
Gabriel perguntou.
—
Sim. — O guerreiro
respondeu monotonamente. O som saiu abafado pelo elmo que cobria todo o rosto
dele.
O alquímico bufou.
—
Se vamos perder tanto tempo conversando, acho melhor que nos apresentemos
devidamente. — O
Capitão disse. — Sou Cornelius,
Capitão desta tropa da Tiamat...
—
Ou pelo menos do que resta dela. —
Tristan disse em alto e bom som.
Cornelius bufou. O elmo dele
não cobria a parte de baixo do rosto, logo, sua boca pode ser vista se
contorcendo de raiva.
—
Eu sou Alexey. — O
seguidor da Terra disse antes que seu Capitão perdesse a paciência com os
adversários. — Sou
como o porteiro desse lugar. Eu manipulo as rochas das paredes para permitir a
entrada de nossos aliados.
—
Eu sabia que eles tinham alguém pra fazer um truquezinho desses... — Gabriel murmurou para Tristan.
—
Enfim! — Cornelius
elevou seu tom de voz, fazendo com que todos focassem suas atenções nele. — Agora vocês devem se
apresentar. —Ele
sorriu malignamente. —
Eu lhes permito.
—
Gabriel, Escolhido do Lorde da Luz. —
O guerreiro com a armadura prateada disse rapidamente. Ele apontou para o
aliado. — E esse é
Tristan, Escolhido do Lorde das Trevas.
—
Eu não posso me apresentar? —
Tristan indagou.
—
Você queria se apresentar?
O guerreiro das Trevas deu de
ombros.
—
Bem! — Cornelius
elevou seu tom de voz novamente. —
Já nos apresentamos. Agora, vamos ao que interessa.
—
Você não tem chance. —
Tristan riu. — A luta
já foi decidida...pelo menos, contra você.
Cornelius riu.
—
Poupe-me de seus delírios! —
O alquímico vociferou.
—
Não é delírio. —
Gabriel afirmou solenemente.
Um círculo branco com o símbolo
da Luz surgiu no chão. A área afetada pelo encantamento alcançava inclusive
Astaroth e Catherine. Em uma fração de segundos, a nuvem verde se dissipou.
Rapidamente, Tristan invocou uma adaga em cada mão e se lançou contra
Cornelius, fincando uma lâmina em cada ombro do Capitão da Tiamat. Porém, antes
que o guerreiro das Trevas pudesse se levantar, Alexey tocou em seu ombro. Em
uma fração de segundos, os dois estavam em um local isolado.
“O que aconteceu?”.
Tristan e Alexey estavam agora
em uma câmara rochosa sem nenhuma saída aparente. O teto do local tinha pelo
menos cinco metros de altura. O diâmetro da nova arena era de quase vinte
metros. Alexey riu, fazendo com que o teto do lugar parecesse que você desabar.
—
Resolveu me enfrentar em uma batalha individual? —
Tristan indagou.
—
Sim. — Alexey
respondeu. — Posso
não ser muito esperto, mas com certeza não sou burro o bastante pra tentar
enfrentar você e seu amigo ao mesmo tempo, ainda mais com seus outros dois
amigos acordando.
—
Entendo. Só uma coisa o que eu não entendi.
—
O que seria?
—
O que te faz pensar que pode me derrotar em uma luta individual?
Alexey riu e as paredes do
lugar tremeram novamente.
—
Como você é presunçoso! —
O seguidor do Deus da Terra abriu os braços. —
Este lugar...é meu. Este é meu território! Neste campo de batalha, eu sou
invencível!
—
Se você diz... —
Tristan murmurou. O guerreiro das Trevas invocou sua espada e a apontou contra Alexey.
— Chega de conversa.
Mostre-me o que você pode fazer.
—
Muito bem.
Alexey moveu sua mão direita em
direção à esquerda. Em uma fração de segundos, uma rocha de dois metros de
diâmetro se soltou da parede e foi arremessada contra Tristan. Transformando-se
em trevas e se deslocando para trás, o guerreiro sombrio conseguiu escapar do
ataque por pouco. Porém, antes que Tristan pudesse recuperar o fôlego, uma
pedra um pouco maior que a última veio pelo outro lado. Sem tempo para desviar,
o guerreiro das Trevas foi obrigado a fortalecer sua aura. A rocha o atingiu e
se esmigalhou. Tristan não saiu do lugar. Sua aura brilhava com um tom vermelho
escarlate. Seu rosto estava sério. Alexey riu.
—
Rápido demais para você, Escolhido do Lorde das Trevas!? — O seguidor do Deus da
Terra zombou. — Ficou
irritado por ter que gastar tanta energia para se proteger de meu ataque!? — Ele riu ruidosamente.
Tristan não respondeu.
—
Não vai tentar fazer nada!? —
Alexey perguntou gritando.
—
Se isso é tudo o que pode fazer, eu estou realmente decepcionado. — Tristan disse friamente. — Nesse caso, você frustrou
minhas expectativas por completo. Eu achei que você seria um oponente
interessante...mas vejo que não.
Alexey riu ainda mais alto.
Algumas pedras se soltaram do teto e caíram ao redor dele.
—
Já que você é assim tão irritante...não vou medir esforços! — O guerreiro da Tiamat
vociferou.
Com uma série de gestos rápidos
com as mãos, Alexey causava danos piores
do que terremotos à caverna. Rochas se soltavam de todas as paredes e eram
arremessadas. Estalactites e estalagmites monumentais eram formadas. Fissuras
se abriam no chão.
—
Morra! — Alexey
bradou.
Entretanto, nenhum dos ataques
atingia Tristan. Em forma de trevas, ele desviava de todos os golpes do
oponente, aproximando-se de Alexey a cada segundo.
—
Droga! — O seguidor
do Deus da Terra rugiu. —
Por que você não morre!?
Em poucos instantes, Tristan
estava acima de Alexey. O guerreiro das Trevas sorria. Sua espada brilhava
envolvida pelo seu poder. Segurando a arma com ambas as mãos, Tristan se jogou
contra o oponente. O som do metal atingindo algo muito resistente ecoou pela
caverna. A poeira subiu com o impacto.
“Será que ele...?”.
Quando a poeira baixou, era
possível ver. Dezenas de rochas haviam se erguido do chão em volta de Alexey e
formado um escudo de formato irregular. Havia um buraco na estrutura onde
Tristan atacou, porém, o golpe não foi o suficiente para transpassar a defesa
do guerreiro da Tiamat.
“Não pode ser...”.
A risada de Alexey podia ser
ouvida por debaixo das rochas.
—
Eu te disse, guerreiro das Trevas! —
O seguidor do Deus da Terra bradou, porém, sua voz ainda estava um pouco
abafada. — Esse é o
meu campo de batalha!
As rochas se separaram e
começaram a flutuar em volta de Alexey.
—
Não sei quanto tempo vai demorar, mas, alguma hora, eu vou te matar! — O guerreiro da Tiamat riu
maniacamente. — Vão! — Ele apontou para Tristan.
— Esmaguem o verme!
As rochas foram arremessadas
contra Tristan. Com sua espada, ele atacou cada uma das pedras, esmigalhando-as.
O guerreiro das Trevas arfou. Ele invocou sua poção e tirou a tampa do frasco.
—
Eu já ouvi falar desse brinquedinho de vocês. —
Alexey zombou. —
Vocês usam isso sempre que não agüentam mais lutar como verdadeiros guerreiros!
Sempre que estão próximos da derrota, vocês tomam esse líquido estranho e
recuperam suas forças. —
Ele riu ainda mais ruidosamente do que das outras vezes. — Muito bem! Isso significa
que você não tem forças para me derrotar! Eu sou melhor do que você.
—
Eu tenho algo muito importante para te falar. —
Tristan disse calmamente.
—
Então diga logo.
—
Cale a boca. Essa poção faz parte do meu arsenal. É como fosse uma de suas
pedras. E, principalmente, eu não vou tomar nem um gole disto.
—
O quê?
Tristan despejou todo o líquido
do frasco diretamente em sua espada. A arma brilhou ainda mais intensamente.
Após alguns segundos, a arma havia se transformado. A lâmina era da mesma cor
da armadura de Tristan agora, salvo algumas inscrições cor vermelho sangue na
lâmina. Presas pareciam ter se formado na guarda da espada. O comprimento da
arma parecia ter crescido em quase vinte centímetros. Sem dizer nada, Tristan
se lançou para cima, abrindo duas asas negras. Rapidamente, Alexey ergueu um
escudo de rochas em volta de si.
“Inútil”.
Tristan disparou na direção do
oponente. Em uma fração de segundos, as rochas caíram no chão, causando leves
tremores. Tristan estava parado na frente de Alexey, que estava agachado. A
espada sombria estava cravada no elmo do oponente. A lâmina havia transpassado
a testa de Alexey.
“Não queria ter que chegar a
esse ponto...mas você não me deu escolha”.
Tristan arrancou a espada do
crânio do oponente. As paredes do lugar começaram a ruir. Uma passagem se
abriu.
“Tenho que ver como os outros
estão se saindo contra o Cornelius agora”.
Transformando-se em trevas,
Tristan atravessou a passagem e voltou para a sala principal do esconderijo.
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