domingo, 12 de julho de 2015

Godsbane, Capítulo 2

O Presente do Demônio


Nazir sacou sua espada. Ed e Mark sacaram suas armas e rapidamente atiraram contra o Demônio.
Os ataques foram completamente em vão. Os pequenos projéteis de metal acertaram a pele do ser gigantesco e, instantaneamente, se dissolveram. As chamas verdes de seu corpo ardiam. Em sua face havia um sorriso zombeteiro.
Eu ia dizer que me atacar com essas armas seria inútil. Disse, calmamente, o Demônio. Mas vocês não me deram tempo de falar...
Damian olhava fixamente para o tão conhecido inimigo. Enquanto os forasteiros estavam tomados pelo medo, com pernas e mãos tremendo, o guerreiro rangia os dentes. Ele mal podia conter a sua raiva. Não só pelo o que o Demônio havia feito com ele no passado, como também o que ele faria agora.
Estrondosamente, a criatura coberta de chamas verdes riu. Aquele Demônio via como Damian o olhava. Ele podia sentir o ódio que o guerreiro nutria por ele.
Ao que devemos a presença de um Demônio? Indagou Nazir.
O corpo daquele homem das Terras Vermelhas não mais tremia, diferentemente dos de seus subordinados. Sua voz era tão firme e confiante agora quanto era antes da aparição do Demônio.
Com um sorriso, o ser das trevas respondeu:
Apenas vim ver como ele estava. O Demônio apontou para Damian. Afinal, ele é muito promissor.
Damian tinha sua espada nas costas. Porém, sua mão direita apertava o cabo da arma. A qualquer momento o guerreiro poderia sacar a arma. Ele não aguentava ficar na presença daquele Demônio. Afinal, ele tinha os seus motivos.
Concordo. Disse Nazir. Mas, se me permite perguntar, qual o uso de Damian para você?
Isso...vocês terão que descobrir. O Demônio sorriu para o guerreiro. Aliás, você, Damian, deve descobrir. Esse foi o desafio que eu te propus. E, como você deve ter percebido, fugir não é uma alternativa. E nada trará Sebastian de volta...
Damian sacou sua espada e a apontou para o Demônio. O guerreiro estava claramente enfurecido. Afinal, ao ouvir aquele nome, memórias ruins vieram a sua mente. Um passado que ele jamais poderia mudar o atormentaria para sempre. E, tudo isso, graças a Mefistófeles, o Demônio que estava a meros metros de distância dele.
Mais uma vez a risada estrondosa veio. O Demônio se divertia ao ver Damian daquele jeito. Sentir o ódio dos outros o fazia se sentir bem.
É melhor você ficar quieto... Damian advertiu. Se não...
Se não você vai me matar? Mefistófeles sorriu. Você pode tentar. Mas, como das outras vezes, isso será em vão.
Então nem mesmo Damian e sua espada monstruosa podem te ferir? Perguntou Nazir.
Não, elas não podem. Respondeu o Demônio tranquilamente. Pelo menos, não por enquanto.  A espada ainda não alcançou o seu limite. E eu digo o mesmo sobre Damian.
Jóias brutas que precisam ser lapidadas. É isso?
Precisamente.
Entendo... Nazir olhou para baixo, pensativo. Então...o que essa espada tem de tão especial? Você parece saber muito sobre ela...
Com um largo sorriso no rosto, o Demônio disse:
Ora... Essa espada foi feita pelo mais habilidoso ferreiro que já existiu.
Ah... Refere-se a Hanzo? Indagou Nazir. Ou a Striborg? Ou, quem sabe...?
Nenhum mortal poderia ter feito uma arma dessas. Interrompeu Damian.
Nazir olhou o jeito que Damian olhava para o Demônio. De repente, tornou-se óbvio para o homem das Terras Vermelhas que a arma havia sido forjada pelo próprio Mefistófeles.
Mesmo assim, Nazir ainda tinha muitas perguntas. Sem hesitar, ele perguntou:
E do que você a fez?
Mefistófeles sorriu. Damian pareceu se tornar ainda mais enfurecido.
Fique...quieto... Advertiu o guerreiro. Ele segurava a espada com ambas as mãos. Se você dizer qualquer coisa...
Pergunte a Damian. O Demônio disse. Ou a Sabastian. Afinal...
O guerreiro rugiu. Rapidamente, ele avançou contra Mefistófeles. Ed, Mark e Nazir não puderam fazer nada. Os três apenas olharam enquanto Damian investia contra a criatura das trevas.
E lá vamos nós de novo... Murmurou o Demônio.
Com um estralar de dedos de Mefistófeles, a espada de Damian brilhou. Uma luz cor de jade intensa cobriu a arma. Centenas de raios esverdeados cobriram o corpo do guerreiro.
Com um grito de dor, Damian caiu de joelhos, soltando a espada, centímetros de distância de Mefistófeles.
O Demônio cruzou os braços na frente do peito e disse:
A sua determinação é inigualável. O mesmo pode ser dito sobre a sua coragem. A sua força e agilidade também não ficam para trás, mas... Mefistófeles começou a caminhar calmamente na direção do guerreiro. É como eu já disse... Ele agarrou Damian pelo pescoço, sufocando-o e levantando-o no ar. Você não consegue controlar o seu poder. E muito menos o da espada.
O guerreiro mal conseguia respirar. Inutilmente, ele levava as mãos ao pescoço, tentando se livrar das garras do Demônio. Com uma risada seca, Mefistófeles jogou Damian para trás.
Enquanto as costas do guerreiro de chocavam contra o chão, o Demônio disse:
Você tem muito ainda o que aprender...
Mefistófeles se transformou em uma grande tocha de chamas verdes e se dissipou, desaparecendo por completo.
Nazir e seus homens correram até Damian.
O olhar do guerreiro estava perdido. Ele não conseguia manter contato visual com nenhum dos três.
Nazir gritou o nome de Damian em vão. Afinal, o guerreiro não podia ouvir mais nada.
Em poucos instantes, ele estaria inconsciente. E, bem como das outras vezes, sonhos viriam até ele.
Em sua mente, ele reviveria o seu passado.
Damian veria Sebastian de novo.

Rapidamente, seus sonhos se transformariam em pesadelos.

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