Ninguém mais conseguia se lembrar o porquê da guerra ter
começado. Porém, todos se lembravam do motivo. Uma discórdia que fez com o que
o mundo conhecido fosse dividido em quatro partes, cada qual guiada pelos princípios
de suas divindades.
Ao leste se encontra a nação Azure. Graças aos céus azuis
límpidos e florestas ricas e densas, a região possui inúmeras paisagens
naturais invejáveis. Com uma grande variedade de árvores frutíferas, solo
altamente cultivável e animais de todos os tipos compondo sua fauna, comida era
fácil de se obter na região. O clima era ameno, variando do ligeiramente frio
para o ligeiramente quente. De acordo com os habitantes de Azure, tudo isso é
uma dádiva de seu Deus, Dracon. A entidade é descrita pelos seus fiéis como uma
criatura gigantesca, assemelhando-se a uma serpente de escamas azuis e presas
afiadas. Rondando os céus de seu reino, Dracon presenteia seus fiéis com água e
comida em abundancia. Assim sendo, os habitantes de Azure afirmam ter uma forte
conexão com a natureza. Apesar de serem, na grande maioria, pacifistas, eles
sabem que, graças às outras nações, guerras são inevitáveis. Logo, os fiéis de
Dracon aprenderam a lutar lado a lado com a vida selvagem da região, além de
serem, no geral, magos adeptos. Graças aos recursos que eles obtêm facilmente
em Azure, a alquimia veio quase que naturalmente para eles.
Ao sul se encontra a nação Vermilion. A região é
considerada inóspita por muitos que se aventuram nela. O céu tem um tom
avermelhado ameaçador. A vegetação é escassa em boa parte deste reino devido ao
clima e ao solo. As temperaturas são sempre muito elevadas em Vermilion. As
terras são rochosas e montanhosas, contando com a presença de vulcões, ou,
simplesmente, desérticas na porção continental. Entretanto, na porção insular pode-se
admirar as terras mais férteis já descobertas no mundo. De origem vulcânica,
essas pequenas ilhas são o que mantém grande parte da população bem alimentada.
Entretanto, apesar de passarem dificuldades, os habitantes de Vermilion não se
mudariam. Esse pensamento foi gerado pela crença em seu Deus, Garuda. De acordo
com as descrições dos fiéis, a entidade é uma ave colossal, envolta por chamas
eternas, que brilha tanto quanto o próprio sol. Os mais sábios dentro os
habitantes de Vermilion afirmam que Garuda os pôs em uma região difícil de se
viver como um desafio. Assim, aqueles que sobrevivem se tornam mais fortes e
determinados do que qualquer humano de outra região. Ao se levar em conta os
guerreiros e magos da nação, sabe-se que tal afirmação é verdadeira.
Incansáveis em batalhas, os homens e mulheres de Vermilion aguentam ataques que
podem matar um ser humano comum.
A oeste se encontra a nação Ivory. O terreno desta região
se divide entre montanhas, ao norte, e planícies, ao sul. Grande parte do
território de Ivory se encontra em altitudes elevadas. Logo, as temperaturas do
local tendem a ser mais baixas. A altitude também traz outra característica
única para a região: nuvens e neblinas parecem empestear algumas regiões,
fazendo com que o céu seja visto, muitas vezes, apenas com a coloração branca.
As terras cinzentas e as árvores escassas e raramente frutíferas são um
problema para Ivory. Entretanto, o solo da região trás uma vantagem: minérios.
Possuidores de grande parte dos metais do mundo, os habitantes de Ivory se
dizem abençoados por Siegfried, seu Deus. Descrito como um gigantesco tigre
branco com pele de metal e garras de prata, a entidade teria dado as
ferramentas para que seus seguidores pudessem criar aquilo que eles quisessem
e, então, dominar outros territórios e espalhar sua influência. Com o metal de
Siegfried, os habitantes de Ivory criam armas, armaduras e fortificações
inconcebíveis a qualquer outro ser humano.
Por fim, ao norte se encontra a nação de Ebony. Essas
terras parecem estar presas em um inverno eterno. O frio da região não tem
misericórdia. Os ventos gélidos e as nevascas deixam, portanto, somente os mais
fortes e determinados das plantas, animais e humanos. As águas dos mares, rios
e lagos, bem como o próprio céu, têm a cor negra impregnada em si. Entretanto,
em certas regiões, a água era quente, porém, apenas temporariamente. Era uma
dádiva de Titan, o Deus daquele povo. Ele é descrito como um guerreiro colossal
trajando uma armadura, feita do casco de um demônio que se assemelhava a uma
tartaruga, e uma espada, feita com as presas e ossos de uma serpente
gigantesca. Titan havia, de acordo com relatos, matado as duas feras sozinho e,
então, aproveitou-se de seus restos para criar seu equipamento. Os habitantes
de Ebony eram recompensados por sua fé com a dádiva da água quente em meio
àquele inverno sem fim. Assim, as áreas abençoadas sempre vinham com alimento:
peixes em grande quantidade vinham aproveitar o calor e, assim, acabavam por
atrair outros animais para o local. Devido ao clima, no geral, inóspito, da
região, os homens e mulheres eram guerreiros e caçadores incansáveis. Nas
cavernas mais profundas de Ebony, bem como da base de algumas montanhas,
minérios eram encontrados com certa facilidade. Assim, a força dos habitantes
de Ebony, somado aos armamentos de qualidade feitos a partir dos metais da
região, fazia com que eles fossem um povo guerreiro sem igual.
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