Barbaric Attack
Ataque Bárbaro
“O quê...?”.
A imagem parecia assustar Tristan. Ele e Lilith estavam
se aproximando da cidade de Nidhogg quando o guerreiro das Trevas pôde ver
claramente um exército de guerreiros bárbaros tentando atacar o local. Uma
verdadeira guerra estava sendo travada entre Demônios, que tentavam evitar a invasão,
e guerreiros das Terras do Norte, que marchavam impiedosamente contra as
muralhas da capital das Trevas.
“Impossível! Eles nunca poderiam coordenar um ataque
desses tão rapidamente. A não ser que...”.
Tristan aterrissou dentro da cidade, bem na frente do
portão principal. A estrutura era feita de carvalho reforçada com aço nas
extremidades. Tristan e Lilith foram até o Demônio mais próximo, já que ele
parecia ser um Capitão, uma vez que este orientava os Demônios próximos dele e
sua armadura era muito mais impressionante que as dos demais.
—
Você! — Tristan
chamou o Demônio. —
Você é um Capitão? Pode nos contar a situação?
—
Sim, eu sou, e...claro, Escolhido. —
O Capitão respondeu. —
Um exército gigantesco de bárbaros resolveu nos atacar. Nenhuma estratégia
refinada, obviamente. Apenas um grande número de homens usando a força bruta.
Infelizmente, um contingente desse tamanho pode nos causar problema.
Uma flecha atravessou a parte de madeira do portão e
deixou um buraco de tamanho expressivo. A ponta do projétil parecia ser feito
de um material ainda mais resistente e afiado do que uma lâmina de aço.
—
Droga... — O Capitão
murmurou.
—
Essa flecha... —
Tristan analisou o projétil. A ponta da flecha era feita de um material
prateado.
—
O que foi? — Lilith
perguntou.
—
Por um momento, achei que fosse uma das flechas usadas pelos arqueiros da
Tiamat. — Tristan
respondeu.
—
Mas não são...não é? —
O Capitão parecia genuinamente preocupado.
—
Não, não são. —
Tristan respondeu. —
O que é um problema.
—
Por que seria um problema? —
O Capitão perguntou.
—
Porque deve ter pelo menos um desses bárbaros com acesso a flechas tão
poderosas quanto essas. —
Lilith disse. Ela pegou a flecha da mão de Tristan.
—
Bem...já que você é a especialista em flechas e virotes...o que pode nos dizer
sobre esse projétil? —
Perguntou o guerreiro das Trevas.
—
Ele é ainda mais destrutivo que as flechas de cristal da Tiamat. — Disse Lilith. A seriedade
em sua voz era quase assustadora. —
Eu nem sei que material é esse...mas posso dizer que duas coisas são certas. — Ela arremessou a flecha
contra uma parede. O projétil perfurou a pedra da estrutura e se enterrou,
sumindo da visão dos três. —
Não devem ser muitos que devem ter essas flechas e, principalmente, não devemos
eliminar qualquer um que tenha posse delas.
Tristan sorriu confiante.
—
Ótimo. — O guerreiro
das Trevas olhou para o Capitão. —
Continue aqui. Comande as tropas como você já estava fazendo. Eu e Lilith vamos
acabar com esses arqueiros.
—
Vão para a linha de frente então? —
O Capitão parecia sorrir por debaixo do elmo. —
Nesse caso, boa sorte. Tentem não morrer!
Tristan e Lilith assentiram com a cabeça e desapareceram
em uma nuvem de sombras. Uma fração de segundos depois eles surgiram em meio ao
caos do campo de batalha.
—
Acha melhor nos separarmos agora? —
Lilith perguntou. —
Deve ser mais rápidos encontrar poucos alvos e eliminá-los se cada um procurar
em áreas diferentes.
—
Concordo. — Disse
Tristan. Ele deu um tapinha do ombro de Lilith. —
Espero não ter que salvar sua vida desta vez.
Ela sorriu.
—
Não se preocupe. Sem você para alertar o mundo da minha presença, eu vou estar
bem.
Tristan sorriu e, em seguida, cada um correu para um
lado. Em meio às lutas, Tristan aproveitava para golpear inimigos que não
estavam alertas de sua presença. Com uma velocidade impressionante o guerreiro
das Trevas atacava bárbaros nas costas, pernas ou até nas cabeças. Um rastro de
dezenas de guerreiros das Terras do Norte fora deixado para trás imersos no
próprio sangue.
“Quase sinto pena deles...”.
De repente, uma flecha passou a centímetros do rosto de
Tristan. Ele se virou na direção de onde o projétil havia vindo e, assim,
avistando o inimigo. O arqueiro usava uma armadura do mesmo metal prateado da
ponta das flechas. A superfície metálica era coberta por runas estranhas cor de
safira. Nas costas, ele usava um manto roxo com um símbolo de uma ave em
dourado. O arco, feito do mesmo material dourado que as outras peças metálicas,
era muito afiado em suas extremidades, parecendo haver duas lâminas em conjunto
com a arma. O elmo tinha dois chifres brancos e longos apontando para o céu. Os
olhos, nariz e boca não eram protegidos, permitindo que sua expressão fosse
visualizada e, também, que o arqueiro pudesse mirar sem nenhuma interferência. Tristan
se aproximou do oponente e pôde ver os olhos cinzentos, a barba loira e a pele
alva do oponente.
—
Eu consegui me aproximar de você, arqueiro. —
Disse Tristan no idioma do povo que passara a odiar. — Você não tem como de derrotar agora.
O guerreiro das Trevas invocou uma adaga e a arremessou
contra o rosto do oponente. Com uma das extremidades do arco, o bárbaro
bloqueou o ataque do guerreiro das Trevas e, em uma fração de segundos, armou e
atirou uma flecha contra o oponente. Com um passo para a direita, Tristan
desviou do ataque. A flecha passou a milímetros de sua cabeça.
—
Estou intrigado com essas lâminas desse seu arco agora. — Tristan admitiu. — Vamos ver o que você sabe fazer com elas.
Tristan avançou na direção do inimigo e atacou horizontalmente
da esquerda para a direita com sua espada. O bárbaro, sem dificuldades,
bloqueou o ataque com uma das extremidades do arco. Dando seqüência aos
ataques, Tristan atacou da direita para a esquerda. O arqueiro, novamente,
defendeu o ataque.
“Ele se defendeu, mas não está conseguindo segurar o arco
muito bem. Os impactos das espadadas estão o enfraquecendo”.
O guerreiro das Trevas persistiu com os ataques
horizontais com sua espada, não dando chance para o inimigo contra-atacar.
Depois de mais alguns golpes, o bárbaro acabou soltando o arco.
“É agora!”.
Tristan atacou mais uma vez na horizontal com sua espada.
Porém, dessa vez, o bárbaro se agachou, evitando o ataque e, com uma rapidez
impressionante, ele se levantou e desferiu um soco contra o rosto de Tristan,
deixando o guerreiro das Trevas levemente aturdido e, principalmente,
desprotegido contra o próximo golpe. O punho do bárbaro foi contra o queixo do
guerreiro sombrio em um ataque vertical debaixo para cima, derrubando Tristan
de costas no chão e lançando a espada sombria para longe dele.
“Maldito...”.
Quando Tristan se levantou, o bárbaro estava correndo em
sua direção, carregando o arco com ambas as mãos como se fosse uma lança. Em
uma fração de segundos, o guerreiro sombrio de transformou em trevas e surgiu
ao lado do arco do inimigo e, rapidamente, segurou a arma exatamente no meio
com sua mão direita, longe das extremidades afiadas, e, com a mão esquerda,
invocou uma adaga. Antes que o arqueiro pudesse reagir Tristan cravou a lâmina
no rosto do adversário.
“Será que esse foi o único?”.
A resposta veio com uma flecha sendo disparada a centenas
de metros de distância contra o portão da cidade de Nidhogg.
“Mais um ainda, pelo visto...”.
Tristan se transformou em trevas e se deslocou
rapidamente na direção de onde a flecha partiu. Ao chegar à frente do oponente,
que usava os mesmos equipamentos do anterior, com exceção da capa, que era
vermelha, uma pessoa apareceu atrás do arqueiro e, com uma katar, dilacerou sua
garganta.
—
Nada mal, Lilith. —
Tristan elogiou.
—
Obrigada. — A
caçadora sorriu. —
Viu só?
—
O quê?
—
Silenciosamente. Sem confusão. Com ataque. Uma morte perfeita.
—
Exibida.
—
Um pouco.
Os dois riram. Um segundo depois, mais uma flecha cortava
os céus e atingia o portão da cidade.
—
Droga... — Tristan
murmurou.
—
Acalma-se. — Pediu
Lilith. — Esse pode
ser o último.
—
Assim espero. Vamos. —
Tristan estendeu a mão para a caçadora.
Ela segurou a mão dele e então os dois desapareceram rumo
ao novo inimigo. O arqueiro diante deles usava uma capa verde e se encontrava a
frente de uma pedra um pouco maior que ele.
—
Ótimo...não vou poder atacar pelas costas. —
Disse Lilith desanimada.
—
Que pena. — Zombou
Tristan. — Nesse
caso, ataque pela frente.
Lilith começou a atirar virotes com sua besta enquanto
Tristan lançava adagas contra o bárbaro. Com velocidade e precisão
impressionantes, o arqueiro defendeu todos os ataques que desferiam.
—
Maldição... — Tristan
arfou. — Acabei me
desgastando demais na última missão...e eu já tomei minha poção...
—
Então pare de invocar adagas. —
Disse Lilith. — Eu
não estou usando nenhuma magia por que também estou muita cansada depois da
luta contra os gigantes da Tiamat. —
Ela respirou fundo. —
Concentre-se. Acalme-se. E então, vamos atacar em conjunto.
Tristan assentiu com a cabeça. O bárbaro parecia estar
querendo que os dois adversários viessem enfrentá-lo corpo a corpo. Sem outra
alternativa, Tristan e Lilith correram da direção do oponente. A caçadora
carregava suas katars. O guerreiro das Trevas manejava sua espada. A poucos
metros de distância do inimigo, um braço atravessou o abdômen do bárbaro. O
ataque partiu da pedra logo atrás. Um instante depois, um Demônio surgiu das
sombras e tirou o braço do corpo do arqueiro. Em seguida, o bárbaro foi jogado
contra a pedra e, em uma fração de segundos, as garras de Astaroth cortaram a
garganta dele.
—
Olá. — Disse o
Demônio com o sorriso metálico. —
Eu já estava com saudade de você Tristan. —
Astaroth gargalhou.
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