terça-feira, 21 de abril de 2015

A Queda, Capítulo 4

Confronto


Enfrentar animais selvagens não era a especialidade da maioria dos mercenários ali reunidos. Entretanto, um confronto com alguns lobos não seria um problema, independentemente do tamanho deles.
Mais e mais criaturas pareciam surgir. Os animais tentavam cercar os mercenários e o Mago, separando-os um dos outros. Porém, a maioria deles já estava acostumada a lutar individualmente. A estratégia das feras era boa, mas não era tão efetiva contra os adversários em questão.
Juggernaut olhos para os seus lados. À esquerda, bem como à direita, havia um lobo. O guerreiro segurou sua espada, firmemente, com ambas as mãos. No momento em que os lobos avançaram, ele se voltou para a direita e atacou. Com um golpe horizontal, vindo da esquerda para a direita, Juggernaut decepou o topo da cabeça de um dos lobos bem acima do focinho da fera. Inabalada, a outra criatura pulou nas costas do guerreiro, tentando fincar suas garras no oponente, agarrando-se nele. Entretanto, a armadura era resistente. As garras criaram pequenos sulcos na superfície de metal, mas não atingiram a pele de Juggernaut. Mesmo assim, aquela não era a intenção do lobo. Uma vez nas costas do guerreiro, a fera atacou com uma mordida a cabeça do adversário. As presas do lobo eram consideravelmente mais poderosas do que suas garras. Logo, o elmo de Juggernaut começava a ser triturado. Rapidamente, o guerreiro, utilizando a sua mão esquerda, agarrou a fera de suas costas e a arremessou para frente. O lobo atingiu o solo. O impacto parecia não ter causado muito dano à fera. Rapidamente, a criatura já estava de pé. Sem hesitar, o lobo pulou contra Juggernaut. Novamente, o guerreiro utilizou sua mão esquerda contra a fera. Desta vez, ele agarrou o lobo em pleno ar, apertando o pescoço do animal. Rapidamente, Juggernaut atacou com o pomo de sua espada que estava na mão direita. O golpe deixou a fera aturdida. Logo, o guerreiro a soltou, deixando a criatura cair no chão e, então, atacando com sua espada. Com um golpe vindo de cima para baixo, Juggernaut acertou o estômago do animal, transpassando suas costas e erguendo o agora corpo sem vida do lobo.
Silver contemplava calmamente as três criaturas a sua frente. Ele tinha certeza que elas tentariam atacar todas de uma vez. Assim, não havia como o mercenário se defender. Logicamente, ele teria que usar uma de suas armas favoritas: os seus cristais. Rapidamente, Silver retirou de seu cinturão um cristal amarelo e o esmagou com a mão direita. Ao apontar para frente, raios surgiram de seus dedos. Em um piscar de olhos, a descarga elétrica acertou o lobo que estava no meio dos outros. Instantaneamente, o pelo da fera se encolheu, defensivamente, com todos os fios de pelo de seu corpo arrepiados e, enfim, permanecendo paralisada naquela posição. As duas outras criaturas rosnaram. Silver sorriu satisfeito. Rapidamente, os dois lobos vieram contra o mercenário simultaneamente, como era esperado. Sem hesitar, Silver arremessou sua adaga contra o lobo que estava à esquerda. A arma atingiu a cabeça da fera, exatamente entre os seus olhos, matando-a no instante em que a lâmina atravessou seu crânio. Entretanto, a outra criatura ainda avançava contra Silver que, agora, estava desarmado. Erguendo o braço direito, rapidamente, o mercenário pôde se defender das garras do lobo e, ainda por cima, golpear a fera. O golpe, entretanto, não causara dano à criatura, mas foi o suficiente para abrir um pouco de espaço entre os dois. Usando esta vantagem, Silver levou sua mão direita ao seu cinturão, pegando, desta vez, uma jóia azulada, quase branca: o cristal com o poder do gelo. Com isso, o mercenário congelou as patas do lobo no chão. Com uma expressão de alívio no rosto, Silver andou calmamente até o lobo que ele havia matado com sua adaga e, com força, puxou a sua arma do crânio do animal morto. Agora armado, o mercenário atacou o estômago do lobo que, indefeso, apenas rosnava. Um golpe bem aplicado fora o suficiente para ceifar a vida daquela criatura. Com a mesma calma, ele agora andou até o lobo que havia sido paralisado. A fera caminhava na direção de Silver. Claramente, o efeito da paralisia havia chego ao fim. Porém, o animal parecia entorpecido. Claramente, os raios haviam causado algum dano à fera. Com um movimento lento, o lobo tentou atacar Silver com suas presas. Rapidamente, ele desferiu um golpe horizontal com sua adaga. Em um instante, a arma do mercenário havia cortado a garganta do animal que, em poucos instantes, estaria morto.
Judge tentava se concentrar. A sua frente havia dois lobos. Atrás, havia mais um. Os rosnados das criaturas não a incomodavam. Sua tranqüilidade naquele momento era quase desumana. Judge apostava que sal melhor chance de vencer aquelas ágeis criaturas era contra-atacando. Assim sendo, ela não se movia. Seus braços estavam abaixados. Entretanto, ela carregava seu escudo na mão esquerda e, na direita, ela segurava o cabo de sua espada que estava embainhada. Após alguns segundos, as feras pararam de rosnar e, então, avançaram. Quase como se tivesse levado um choque, Judge resolveu agir. Após dar um passo largo para frente, a guerreira, em um único movimento, estendeu seu escudo para frente enquanto desembainhava sua espada. A lâmina atingiu a criatura à direita, decepando sua perna dianteira direita. Enquanto isso, o escudo acertou a face do lobo que estava à esquerda, arremessando-o para trás e o aturdindo. Com um passo rápido para a esquerda, Judge desviou da investida da criatura que estava atrás dela. Então, em seguida, a guerreira golpeou a cabeça da fera ao seu lado com o escudo, aturdindo mais um de seus oponentes. Rapidamente, ela atacou a criatura a sua frente, cravando a espada nas costas do lobo. Enquanto Judge calmamente retirava sua arma do corpo da fera morta, as outras duas voltaram a rosnar. A guerreira fitou os dois adversários. Claramente, o lobo que estava à esquerda avançaria mais rápido. Assim, ela ignorou momentaneamente a outra fera. Vorazmente, a criatura da esquerda atacou. Mais uma vez, Jugde golpeou a fera com seu escudo, aturdindo o oponente ainda mais do que antes. Assim, tranquilamente, ela pôde atacar o lobo com uma estocada, perfurando o crânio do animal. Ao virar a cabeça para trás, a guerreira viu que, sorrateiramente, a outra fera se aproximava dela. Apesar do sangue que escorria do ferimento, o lobo parecia determinado a atacar. Entretanto, aquilo não era um oponente digno para Judge. Com o pomo de sua espada, a guerreira golpeou a cabeça da fera, arremessando-a ligeiramente para trás e, por fim, fazendo-a virar seu focinho para o lado esquerdo, como reflexo após receber um golpe. Com essa posição, Judge não podia hesitar em atacar. Com um golpe vertical, vindo de cima para baixo, ela decapitou o último lobo.
Huntress precisava de espaço. Enfrentar dois lobos seria muito fácil para ela. Mas, para isso, ela precisava estar a uma distância segura para poder atacar com seu arco e suas flechas. Com as duas feras tão próximas dela, talvez ela não tivesse tempo de preparar o seu ataque. Por isso, ela teria que ser ágil. Sendo assim, com o arco nas costas, a mercenária começou a correr para longe. Rosnando, as feras a seguiam vorazmente. Em meio ao caos das outras lutas que aconteciam, a arqueira planejava e executava rapidamente todos os seus movimentos. Sem aparente dificuldade, ela atravessou o campo de batalha sem sofrer qualquer tipo de dano. Entretanto, a sua dupla de oponentes também estava intacta. Pelo menos, para a felicidade de Huntress, ela havia conseguido abrir alguma distância em relação às feras. Pelo julgamento dela, aquilo não seria o suficiente para resolver lutar, principalmente em uma situação como aquelas: um campo aberto sem ter onde se proteger. Porém, um sorriso surgiu no rosto dela ao ver, não muito longe dali, uma daquelas estruturas de metal esmagadas contra o solo. Com um pouco de sorte e muita habilidade, aquilo mudaria aquela situação para a melhor. Determinada, Huntress correu até a estrutura de metal contorcida. Ela não era mais rápida que os lobos, mas, por causa da distância inicial, talvez ela conseguisse chegar ao lugar antes que as criaturas. E, assim, por uma questão de centésimos de segundos, a mercenária chegou até a estrutura de metal e pulou por cima dela. Rapidamente, ela se agachou atrás da proteção improvisada e puxou seu arco das costas. Como esperado, um dos lobos pulou por cima da estrutura de metal e correu por mais um segundo. Quando a fera percebeu o que havia acontecido, ela se virou para trás. No mesmo instante, uma flecha partiu do arco de Huntress. O projétil acertou o animal exatamente entre os olhos, matando-o instantaneamente. Entretanto, a arqueira não tinha tempo para comemorar. Ela sabia que a outra criatura não havia aparecido. Então, ao olhar para a direita, Huntress a viu. A fera estava se encolhendo, preparando-se para uma investida. Rapidamente, dando um chute contra a estrutura metálica, a arqueira saltou por cima do lobo, desviando do ataque do animal e, ainda por cima, agarrando a criatura, puxando-a com o arco para perto de si. Entretanto, a fera não estava completamente imobilizada. Ferozmente, o lobo se debatia, tentando se libertar. Então, rapidamente, Huntress puxou uma flecha de sua aljava e, sem hesitar, a cravou na cabeça da criatura, bem acima do olho esquerdo, tirando a sua vida.
Pierce parecia estar impaciente. A especialidade dele eram duelos contra outros guerreiros. Feras selvagens não tinham a mesma graça ou habilidade lutando. Ele sentia que todo o seu treinamento em esgrima seria desperdiçado em uma luta bruta como aquela. Além disso, Pierce não gostava ter que enfrentar mais de um inimigo ao mesmo tempo. Um único oponente digno era muito mais satisfatório de derrotar do que vários insignificantes. Mas, sem outra opção, ele apontava o seu florete exatamente para o meio dos dois lobos e esperou eles atacarem. Após rosnarem pelo o que parecia ser uma eternidade para Pierce, as duas criaturas avançaram simultaneamente. Com claro desgosto no rosto, o esgrimista puxou algo de um bolso. Era um cristal elétrico. Sem hesitar, ele esmagou a jóia com a mão esquerda e apontou para o lobo que estava à direita. Instantaneamente, a criatura, agora com os pelos arrepiados, fora paralisada. Enquanto isso, o outro lobo investiu contra Pierce. Enquanto o animal estava no meio no ar, o esgrimista atacou. O florete acertou o pescoço da fera, perfurando-o e tirando a vida do lobo. Em seguida, Pierce olhou para a outra criatura. Claramente, o efeito da paralisia ainda não havia passado. Por mais que matar um inimigo indefeso não o agradasse, o esgrimista detestava ter que continuar lutando contra aquelas feras selvagens. Após respirar fundo, Pierce se aproximou do animal e, com seu florete, atravessou, da direita para a esquerda, a cabeça do lobo.
Psycho parecia agitado. Ele girava os machados nas mãos enquanto observava os três animais a sua frente. O trio de feras apenas rosnava. Aquilo, a princípio, havia deixado o mercenário animado para lutar. Passados alguns segundos, ao ver que os animais pareciam estar tendo algum tipo de conversa, Pyscho ficou entediado. Assim sendo, ele guardou um dos machados nas costas e tirou um cristal do bolso. A jóia, vermelha, tinha o poder do fogo. Com a mão esquerda, ele apertou a pedra até a esmigalhar e, então, lançou uma gigantesca bola de fogo. Apesar de grande, o projétil era lento. Ao se evadirem para trás, o trio de criaturas se safou do ataque tranquilamente. Entretanto, acertá-los não era a intenção de Psycho desde o começo. Ao se chocar contra o solo, a esfera de fogo se transformou em uma parede de chamas. A ação surpreendeu os animais. Aquilo fez com que eles não reagissem. E era exatamente isso o que Pyscho queria. Através das chamas, um machado foi arremessado, cortando o topo da cabeça de uma da fera que estava à esquerda ao meio. Um segundo depois, o próprio mercenário pulou através do fogo, caindo exatamente com a lâmina de seu outro machado na cabeça do lobo da direita, cortando toda a cabeça do animal ao meio. Ao olhar para o lado, porém, Psycho viu que a criatura remanescente pulava para atacá-lo. Deixando seu machado no chão, o mercenário agarrou o animal no meio do ar e, então, o arremessou metros para trás. Calmamente, Pyscho pegou um de seus machados de volta e encarou a última das feras. Ela parecia não ter recebido dano algum e, então, já tomava mais distância para investir contra o mercenário. Agitado, Psycho resolveu correr contra a fera. Em poucos instantes, os dois já estavam cara a cara. No momento em que o lobo saltou para atacar, Pyscho se jogou no chão, deslizando por baixo da criatura e, rapidamente, golpeando a barriga exposta do lobo, abrindo um corte vertical perfeito no animal. O mercenário, então, levantou-se para pegar seu outro machado enquanto a fera sangrava até a morte.
Ghost e Specter estavam um ao lado do outro. Aparentemente, nem aquelas criaturas conseguiriam separar os irmãos assassinos. Entretanto, haviam, no momento, cinco feras ao redor da dupla. Os dois preferiam não ter que enfrentar animais. Afinal, eles foram treinados para serem assassinos, e não caçadores. Entretanto, em situações de vida ou morte, eles sabiam muito bem que não podiam se dar ao luxo de escolherem os alvos. Então, os irmãos resolveram dar tudo de si, como era de costume, nessa luta. Em uma fração de segundos, Ghost já havia arremessado duas facas. As lâminas acertaram, com perfeição a testa de dois dos lobos. Enquanto isso, Specter pegou um cristal amarelo e, então, o quebrou. A carga elétrica percorreu o seu corpo sem lhe causar danos. Então, ele avançou contra uma duas feras que vinham contra ele. Calmamente, Ghost desviava dos ataques de outra criatura. Certamente, ela era mais ágil que o animal. Entretanto, ela ainda não havia conseguido espaço o suficiente para arremessar outra faca. Specter, agora, por sua vez, atacava duas feras ao mesmo tempo desferindo, apenas, socos e chutes. A cada acerto dele, parte da carga elétrica do cristal causava dano contra os animais. Bem como a irmã, ele também parecia ser impossível de ser atingido. Após alguns instantes, Ghost conseguiu uma brecha para arremessar uma faca. Entretanto, o alvo não era a criatura a sua frente. Em uma fração de segundos, a lâmina atravessou o ar e chegou até a mão direita de Specter. Agora armado, o assassino atacou as feras com a faca. Dois ataques foram tudo o que ele precisou para desferir os golpes de misericórdia contra a dupla de lobos, afinal, os dois já haviam sido enfraquecidos pelos golpes elétricos do assassino. Logo em seguida, Specter olhou para trás. Tranquilamente, Ghost desviava dos ataques da criatura. O assassino não gostava que sua irmã se expusesse em lutas corpo a corpo, então, ele pedia que ela usasse apenas as facas para arremesso que, afinal, eram a especialidade dela. Assim sendo, Specter concentrou o que restava de eletricidade nele na faca que estava em sua mão e, então, a arremessou contra o lobo. A lâmina atingiu as costas do animal que, rapidamente, foi paralisado. Calmamente, Ghost andou até o lobo e, com um movimento rápido, dilacerou a garganta da criatura com outra das simples facas de arremesso.
Overseer e o Mago conseguiram, também, formar uma dupla. Contra eles, porém, estava um desafio: três lobos e, um pouco mais distante, o Lobo Alfa. Após respirar fundo, o Mago perguntou:
Você pode cuidar dos três menores sozinho, Overseer?
É claro que sim. O líder mercenário respondeu sorrindo. Divirta-se com o grandalhão!
Obrigado.
Calmamente, o Mago andou na direção do Lobo Alfa. Entretanto, as outras criaturas avançaram contra ele. Antes que Overseer pudesse dizer alguma coisa, o Mago atacou com sua arma. Com um golpe horizontal, da direita para a esquerda, ele acertou a primeira fera que se aproximou, aturdindo-a. O próximo lobo investiu contra ele. Calmamente, com a ponta regular do cajado, ele atacou o pescoço do animal, derrubando-o. Por fim, a terceira fera avançou. Em uma fração de segundos o cajado do Mago mudou de cor. Agora, ele tinha uma cor azulada, quase branca. Com um movimento rápido, o Mago congelou as patas do lobo no chão. Tranquilamente, ele continuou andando até o Lobo Alfa. O animal rosnou. O cajado, então, mudou de cor. A arma, agora, brilhava intensamente como labaredas.

O Mago respirou fundo. A criatura uivou e, então, avançou contra ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário