Asura, The Brutal
Asura,
o Brutal
Dois dias depois...
—
Tristan! — Exclamou
Nidhogg. Seu Escolhido havia acabado de chegar a sua sala do trono. — Espero que você tenha
aproveitado a sua folga prolongada!
—
O máximo dentro do possível. —
Tristan respondeu. Dessa vez, sua voz não soava tão fria quanto de costume.
—
Que bom! — O Lorde
das Trevas sorriu. —
Você fez por merecer nessa última missão. Nem eu imaginava que nós teríamos tão
poucas baixas quando ouvi que vocês enfrentaram uma tropa da Tiamat. — Ele tomou um gole de
hidromel. —
Bem...vamos conversar sobre sua próxima missão agora, certo?
—
Certo.
—
Ótimo! — Nidhogg
invocou um pedaço de papel. —
Todas as informações estão aqui. —
Ele arremessou o pedaço de papel para Tristan. —
Porém, sinto que eu devo te avisar sobre alguns detalhes a mais.
—
Diga.
—
Você enfrentará um seguidor do Deus da Força, segundo relatos de sobreviventes.
Ele está sendo uma dor de cabeça tanto para mim tanto para Leviathan. Esse
guerreiro luta usando manoplas e sua força...bem...quase se iguala ao do
próprio Deus da Força. É realmente assustador o estrago que ele faz com as
mãos.
—
Apenas um homem está causando tanto problema a vocês dois? Como?
—
Ele está praticamente peregrinando entre localizações em Griffinrealm e
Dragonrealm. Durante essas caminhadas dele, ele massacra qualquer um que siga a
Luz ou as Trevas. Precisamos detê-lo a todo custo!
—
Uma pergunta: Leviathan não pretende enviar o Escolhido dele também?
—
É bem provável.
—
Então eu terei que me aliar a ele?
—
Talvez. Mas você pode evitar essa aliança.
—
Como?
—
Chegue antes que ele. Derrote o seguidor do Deus da Força. Prove nossa
superioridade! —
Nidhogg sorria enquanto disse essas últimas palavras.
“Ótimo. Acho que isso pode ser um desafio a minha
altura”.
Tristan sorriu.
—
Farei isso. — O
guerreiro das Trevas disse. —
Pode ter certeza disso.
—
Eu nunca duvidaria. —
Nidhogg tomou mais um gole de sua bebida. —
Agora, Tristan, vá e me orgulhe!
Tristan assentiu com a cabeça e leu sobre a localização
que ele deveria ir. Em um instante, o guerreiro se transformou em trevas e
desapareceu rumo ao local.
“Uma estrada em uma planície aqui em Dragonrealm, próximo
a um forte. Tentar interceptar o seguidor do Deus da Força. Eliminá-lo antes
que ele cause muitos estragos. Certo!”.
Alguns minutos depois, Tristan chegou a uma estrada
próxima de um forte dominado por seguidores das Trevas. O chão coberto por
vegetação verde acinzentada contrastava com as paredes de pedra negra da
fortificação. O céu acima estava nublado. Uma depressão no chão de mais de
cinco metros de altura levava a um bosque. O aroma de maçãs vindas de suas
árvores preenchia o ar. De repente, um guerreiro trajando uma armadura de aço
danificada com o símbolo das Trevas apareceu correndo na direção de Tristan.
—
Corra! — O guerreiro
exclamou. — Agora!
Fuja!
—
O que aconteceu? —
Tristan perguntou.
—
Um monstro!
—
Como?
—
Um monstro! Foi isso o que aconteceu! Um monstro nos atacou! — O guerreiro caiu de
joelhos na frente de Tristan. —
Por favor...eu acho que não vou conseguir me salvar. Estou fadado ao mesmo
destino cruel que meus amigos. —
O guerreiro atirou seu elmo ao chão. Sua expressão era de desolação completa. — Talvez essa seja a minha
última função nessa vida. Estou aqui para te avisar do perigo. Estou aqui para
te salvar.
—
Pare de dizer tolices! —
Tristan ordenou. Sua voz estava muito firme e séria. — Você não sabe quem eu sou?
O guerreiro olhou para o rosto de Tristan. Em seguida,
para sua armadura. Enfim, Tristan invocou sua espada das trevas. A expressão no
rosto do guerreiro falava por ele.
—
Exatamente. — Tristan
antecipou sua própria resposta. —
Eu estou aqui para matar o monstro. —
O guerreiro das Trevas ajudou o homem a se levantar. — Mesmo assim...acho melhor você se afastar
daqui. Não posso garantir sua segurança.
—
Certo. — A esperança
no rosto do homem havia sido restaurada, aparentemente.
O guerreiro começou a correr para longe quando ele parou
de repente. O homem se voltou para Tristan com uma expressão séria.
—
Por favor. — O
guerreiro falou. —
Por favor...vingue meus amigos.
Tristan assentiu com a cabeça. O guerreiro voltou a
correr.
“Estou ainda mais intrigado em relação a esse monstro”.
Tristan riu sozinho.
—
Venha! — Ele bradou. — Estou ansioso!
Poucos instantes depois, uma figura podia ser avistada
saindo do forte. O homem andava calmamente na direção de Tristan. O guerreiro
das Trevas balançava sua espada de um lado para o outro impacientemente. De
repente, o homem começou a correr. Velozmente, ele avançou na direção de
Tristan e, a cerca de trinta metros de distância, o homem pulou, atravessando
quase toda a distância, aterrissando na frente do guerreiro das Trevas,
causando um pequeno tremor no chão.
—
Nada mal. — Disse
Tristan.
O homem agora podia ser visto claramente agora. Seus pés
estavam descalços. Suas pernas eram cobertas por uma calça cinza justa na
cintura e nos tornozelos. Ainda na cintura, o homem usava um cinturão de metal
tão escuro quanto à armadura de Tristan. Nos braços, estavam suas armas:
manoplas que cobriam seus antebraços e mãos. Elas não pareciam ser feitas do
mesmo material de seu cinturão, apesar da mesma cor, uma vez que as armas
pareciam irradiar poder. O homem não usava nenhum tipo de armadura no torso,
exibindo a musculatura bem desenvolvida, apesar de ser esbelto. Seu rosto fino
tinha uma expressão que não demonstrava nenhum sentimento. Tanto seu cabelo
preto desgrenhado tanto seus olhos castanhos eram sem brilho.
“Ele não parece tão forte assim...nem tão velho. Ele não
deve ter muito mais do que vinte anos”.
—
Então...é você quem está causando tantos problemas para a Luz e as Trevas? — Tristan perguntou, já
sabendo a resposta.
—
Sim...eu acho. — O
homem respondeu. — Só
estou tentando trazer meu deus de volta. Farei tudo o que estiver ao meu
alcance para isso.
—
Como?
— Nunca ouviu falar dos
Nove Esquecidos?
—
Não...
—
Eles são um grupo de deuses pagãos que se uniram contra a Luz e as Trevas. Eles
não foram mortos, mas sua presença nesse mundo foi
extinguida...temporariamente. Não se sabe onde eles estão, mas é provável que
estejam presos em algum lugar sem poderem manifestar suas forças, bem como os
deuses do Fogo e do Gelo. —
O homem olhou para o rosto de Tristan. —
Mas aposto que seu deus não havia te contado nada sobre isso, não é?
Tristan não respondeu nada.
—
Certo, não precisa dizer nada. —
O homem voltou a falar após o breve momento de silêncio. — Você pode perguntar para
o seu Lorde das Trevas depois, se quiser. O importante é você saber como é
possível trazê-los de volta. —
Ele sorriu. — Matando
Nidhogg e Leviathan!
Tristan riu.
—
Você fala como se fosse uma tarefa fácil. —
Tristan disse. — Eles
estão vivos há uns cinco mil anos.
—
Ninguém disse que seria fácil. —
O homem admitiu.
—
E quem disse que isso seria verdade? Quem disse que se os deuses mais poderosos
morrerem seus preciosos deuses pagãos voltariam desse lugar que ninguém
conhece?
—
Um dos membros mais poderoso da Tiamat.
—
Tiamta? — Tristan riu
com escárnio. — Então
você é membro deles?
—
Sou apenas um aliado. Não faço parte do grupo, mas temos alguns interesses em
comum.
Tristan estendeu sua espada na direção do rosto do
inimigo.
—
Diga-me seu nome. —
Tristan ordenou. —
Faça isso entes de você morrer.
O homem riu.
—
Asura. — Ele disse. — E você, ser das Trevas?
—
Tristan.
—
Ah...sim. O Escolhido de Nidhogg. —
Asura riu. — Essa
luta vai ser interessante.
Os dois sorriram. Tristan se transformou em trevas,
deslocando-se três metros acima de Asura, desviando do soco do inimigo.
“E...já acabou”.
Tristan se jogou para baixo enquanto segurava sua espada
com as duas mãos, desferindo um ataque vertical para baixo. Rapidamente, Asura
socou a arma do guerreiro das Trevas, arrancando-a de suas mãos, arremessando-a
metros para cima.
“Como...?”.
Antes que Tristan pudesse ter entendido o que havia
acontecido, Asura acertou um soco no abdômen do oponente enquanto o segurava
com a outra mão, tirando o ar dos pulmões do guerreiro sombrio mesmo protegido
com sua armadura. Em seguida, o seguidor da Força desferiu um soco no queixo de
Tristan, arremessando-o para cima e para frente, jogando-o em direção a
depressão cinco metros abaixo.
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