The Showdown
O
Confronto
O som metálico da armadura de Tristan soou quando ele
atingiu o chão.
“Bem...ele certamente é forte”.
Tristan se levantou. Ele ainda estava meio atordoado por
causa da queda. Sua espada estava caída ao seu lado. Ao olhar para frente, o
guerreiro das Trevas viu Asura pulando em direção a depressão. Ao atingir o
solo, o seguidor da Força causou mais um tremor no chão. Os oponentes estavam a
cinco metros de distância um do outro.
—
Espero que você leve nossa luta a sério. —
Pediu Asura. — Eu
tenho altas expectativas em relação as suas habilidades. Espero poder me
divertir um pouco antes de te esmagar sob meus punhos.
—
Até que você é bem irritante. —
Tristan disse.
O seguidor do Deus da Força riu.
—
Meça suas palavras, ser das Trevas. —
Asura ameaçou. — Pois
essas podem ser muito bem suas últimas.
—
Nesse caso...acho melhor pararmos de falar.
Tristan invocou uma adaga em cada mão e arremessou contra
Asura. Sem dificuldades, ele bloqueou os ataques com as laterais de cada
manopla.
—
Isso é o melhor que sabe fazer? —
Asura zombou. —
Decepcionante. — Ele
riu. — Você achou que
teria vantagem por estar longe de mim, não é? Tolo.
—
Eu ainda não esgotei meu arsenal.
Tristan invocou mais adagas e as arremessou contra Asura.
Novamente, ele bloqueou os arremessos com suas manoplas. Após algum tempo,
Tristan já havia arremessado mais de trinta adagas contra Asura, que bloqueou
todas. O cansaço pelo grande esforço em pouco tempo estava aparente no rosto do
guerreiro das Trevas. O suor escorria pelo seu rosto e sua respiração estava
ofegante. Asura podia ver muito bem o estado do oponente, então riu,
zombando-o.
—
Pronto? — Asura
perguntou com um sorriso no rosto.
Tristan não respondeu. Com um estralar de dedos, ele
tentou atear fogo contra Asura. Com um movimento de suas manoplas, o seguidor
da Força evitou o ataque.
—
Impressionante esse seu ataque. —
Asura admitiu. — Você
cria uma faísca e com um estralar de dedos que se propaga pelo ar, que é o
próprio combustível da explosão. Tudo isso impulsionado pelas Trevas. Nada mal.
—
E suas manoplas além de extremamente resistentes a choques físicos também é a
prova de fogo. —
Tristan riu. — Eu é
que estou impressionado. De fato, essas relíquias do Deus da Força são sem
igual.
—
Como...?
—
É meio óbvio, não? —
A voz de Tristan estava fria. —
Todo esse poder...não poderia ser feito por mortais. O próprio Deus da Força
fez essas manoplas...ou pelo menos as abençoou.
Asura riu.
—
Se você conseguiu descobrir isso por si próprio, devo admitir que você é bem
inteligente até. E sendo inteligente, você deve entender que não há como você
me derrotar.
—
Pare de subestimar as Trevas...e também de se superestimar. Isso vai ser o
motivo da sua morte.
Tristan invocou uma esfera de sombras e a arremessou
contra Asura. Com um movimento rápido, o seguidor da Força golpeou o ataque do
oponente, liberando as sombras do ataque. Em uma fração de segundos, Asura
estava envolto por um mar de escuridão.
“Agora você está
perdido”.
Tristan pegou sua espada do chão e se transformou em
trevas e se uniu a escuridão em volta de Asura. O guerreiro das Trevas viu o
oponente parado em meio às sombras.
“Fácil...”.
Tristan se deslocou para trás de Asura e, com um uma
estocada, golpeou-o. Porém, mais rapidamente que os olhos do guerreiro das
Trevas poderia acompanhar, o seguidor da Força agarrou a ponta da espada, mesmo
ainda estando de costas.
“Como...?”.
Asura puxou a arma
de Tristan, deslocando o oponente para frente e arrancando a espada de suas
mãos. Com um giro, o seguidor do Deus da Força acertou uma cotovelada com a
beirada da manopla no rosto do guerreiro das Trevas, arremessando-o a metros de
distância.
—
Essa sua armadura é muito pesada e barulhenta. —
Asura disse enquanto Tristan ainda estava no chão. — Você nunca conseguiria me pegar
desprevenido. — Ele
riu. — E nesse último
ataque você abriu mão da distância. Essa era a sua única vantagem!
Tristan se levantou e olhou para o inimigo.
—
Pegue sua espada de volta! —
Asura bradou e arremessou a arma contra o guerreiro das Trevas.
Rapidamente, Tristan desviou do ataque se transformando
em trevas. A espada foi cravada no chão ao seu lado. Com um movimento das mãos,
Tristan transformou a arma em sombras e a absorveu.
—
Imagino que esse tenha sido seu primeiro e último ataque a distância. — Tristan zombou.
Asura não disse uma única palavra. O seguidor da Força
fechou os olhos e respirou fundo. Ele estendeu a palma da mão direita para
frente e, em um movimento rápido, ele retraiu o braço para trás e, em seguida,
para frente. Com um impacto, Tristan foi jogado para trás.
“Como!?”.
Tristan havia caído de costas. Olhando para o céu, ele
respirou fundo para recuperar o ar que ele havia perdido devido ao ataque
sofrido e, enfim, levantou-se.
—
Intrigado? — Asura
indagou.
—
Nem tanto. — Tristan
admitiu. — Você
deslocou o próprio ar na minha direção com esse movimento. A velocidade foi o
suficiente para criar um ataque daquela magnitude. Nada mal. Não esperava que
alguém que não fosse um seguidor da Deusa do Ar pudesse fazer isso. Meus
parabéns.
—
Ora...obrigado.
—
Não imaginava que um mortal que não fosse um Escolhido fosse tão forte. — A expressão no rosto de
Tristan se tornou sombria. —
Não há mais razão para não te levar a sério.
Em uma fração de segundos, Tristan se transformou em
trevas e avançou contra Asura. Segurando a espada com as duas mãos, o guerreiro
sombrio atacou com um golpe horizontal. Asura bloqueou o ataque com o braço
esquerdo e, rapidamente, desferiu um ataque com o direito. Demonstrando ser tão
rápido quanto o oponente, Tristan desviou do ataque ao se transformar em
trevas. Durante o minuto seguinte, a luta foi equilibrada, seguindo a seqüência
de pelo menos um ataque de Tristan com a espada, seguido pelo bloqueio de Asura
com uma manopla, procedido por um golpe do seguidor da Força e a transformação
do guerreiro sombrio em Trevas.
“Droga! Isso não tem fim...”.
Pouco tempo depois, Tristan, impacientemente, atacou com
uma seqüência de cinco ataques rápidos verticais curtos de cima para baixo,
permitindo que Asura agarrasse a ponta da espada novamente, arrancando-a das
mãos do guerreiro. Usando a própria arma do oponente, o seguidor da Força
atacou Tristan com um ataque horizontal. Porém, ao tentar desviar do golpe ao
se transformar em trevas, Tristan sentiu uma dor em seu peito. Antes que ele
pudesse gritar, a espadada de Asura o arremessou para longe.
—
Acho que você chegou ao seu limite. —
Asura disse.
“Será...? É provável. Bem provável. Nunca havia me
forçado tanto numa luta quanto agora. Só a energia que eu gastei me
transformando em trevas para desviar dos golpes dele...”.
Tristan se levantou e encarou para as manoplas do
oponente.
“Seria muito mais fácil derrotá-lo se não fossem por
essas relíquias. Eu teria que destruí-las...mas como? São manoplas com o poder
do próprio Deus da Força...”.
Tristan olhou para baixo, em direção aos seus pés. Ele
encarava as botas da armadura. Ele então olhou para os próprios braços,
revestidos pela mesa armadura.
“Eu também trajo minhas próprias relíquias”.
Tristan respirou fundo.
“Eu posso conseguir derrotá-lo!”.
Asura o encarou.
—
Vejo que ainda está vivo. —
O seguidor do Deus da Força disse sem muito ânimo. — O que te motiva a continuar vivendo? Droga!
Aceite logo a morte como um homem!
“O que me motiva...Isolde”.
Tristan invocou sua poção de cor vermelha. Em um único
gole, tomou todo o líquido. Só pela sua expressão fácil, era evidente que
estava mais recuperado. Com um movimento da mão, transformou a espada que
estava nas mãos do inimigo em trevas e, em seguida, a absorveu.
—
Não se preocupe comigo. —
Os olhos de Tristan brilhavam intensamente. —
Preocupe-se com você mesmo. —
A voz do guerreiro das Trevas era ameaçadora.
Asura riu.
—
Pois bem...vamos retomar o nosso jogo. —
Disse o seguidor do Deus da Força enquanto sorria malignamente.
Com uma velocidade impressionante, Asura desferiu uma
seqüência de dez socos à distância. Entretanto, Tristan não foi atingido por
nenhum deles. Com enorme precisão e rapidez, o guerreiro sombrio se
transformava em trevas e deslocava-se um pouco para um lado, a fim de desviar
dos ataques, e um pouco para frente, a fim de se aproximar do inimigo.
Rapidamente, Tristan surgiu na frente de Asura a o atacou com um golpe vertical
de cima para baixo com sua espada. Sem dificuldades, o seguidor da Força
bloqueou o ataque com a manopla direita e, rapidamente, atacou com a esquerda.
Como de costume, o guerreiro sombrio se transformou em trevas para desviar do
golpe. Porém, dessa vez, Tristan não tentou atacar novamente com a espada. Ao
invés disso, o guerreiro das Trevas segurou a manopla esquerda de Asura,
deixando uma marca vermelha nela. Surpreendido pela ação inesperada, o seguidor
do Deus da Força deixou a guarda baixa, permitindo que Tristan tocasse na
relíquia do antebraço direito do oponente. Antes que Asura pudesse reagir, seu
oponente se transformou em trevas e se distanciou dele.
—
O que é isso? — Asura
indagou? — Essas
marcas...o que são?
Trsitan sorriu malignamente. Não precisou dizer uma
palavra para deixar Asura preocupado. Antes que pudesse tomar alguma
providência, as marcas explodiram, deixando rachaduras bem evidentes nas
manoplas.
—
Nada mal. — Asura
admitiu. — Mas você
ainda não pode me derrotar.
Tristan não disse nada. De repente, uma onda de energia
sombria começou a irradiar de seu corpo. Asura ficou aturdido por um momento
diante do poder que seu inimigo emanava.
—
Esse é seu fim! —
Tristan anunciou.
O guerreiro sombrio formou duas asas de trevas em suas
costas. Ele abriu as asas, fazendo Asura tremer de medo diante de sua aparência
ainda mais imponente e mortífera. Em uma fração de segundos, Tristan se
deslocou exatamente para cima do inimigo a aproximadamente sete metros de
altura em relação ao chão da depressão. Em um instante, Tristan desceu em
direção ao oponente, com as duas mãos segurando a espada que emanava um brilho
roxo intenso. Em uma fração de segundos, Asura estendeu os dois braços o alto,
cruzando-os na horizontal, tentando fazer um escudo contra o ataque eminente.
No momento que as armas se chocaram, uma explosão de luz roxa ocorreu seguida
de um estrondo que abalou o solo, cobrindo os dois rivais com a poeira do chão
que havia sido levantada.
“Duvido que as manoplas tenham resistido”.
Tristan se afastou da cortina de poeira.
—
Sério!? — Tristan
esbravejou.
Com a poeira baixando, era possível ver Asura inda de pé.
Seu abdômen, peitoral, pés e rosto estavam cheios de feridas. As calças estavam
meio rasgadas e as manoplas cheias de
rachaduras, mas ainda não haviam sido destruídas.
—
Você...vai precisar...de mais força...pra me derrotar. — Asura ofegava muito, mas ainda havia
determinação em sua voz.
—
Não.
—
O quê?
—
Acabou.
—
As manoplas ainda não foram destruídas! Muito menos o meu espírito!
—
Mas o seu corpo sim.
—
É claro que...
Tristan arremessou uma adaga contra o peito de Asura. Sem
forças para bloquear ou desviar do ataque, a arma afundou em sua pele,
cravando-se em seu coração. Asura caiu de costas no chão um segundo depois.
“Até que enfim...”.
Tristan foi até o corpo de Asura.
—
Foi uma boa luta. —
Ele admitiu.
O guerreiro das Trevas retirou as manoplas danificadas
dos braços do seguidor do Deus da Força.
“O que é...?”.
Tristan olhou em direção a estrada fora da depressão. Uma
pessoa usando uma armadura prateada reluzente havia acabado de chegar. As asas
mais brancas que a neve pareciam brilhar. O poder que emanava de seu corpo era
ameaçador.
“Ótimo...”.
—
Você demorou demais! —
Tristan vociferou para que a pessoa pudesse ouvi-lo. — Já concluí a missão! O seguidor do Deus da
Força está morto! —
Tristan riu alto, zombando-o. —
Boa sorte da próxima vez, Escolhido de Leviathan!
Tristan se transformou em trevas e voltou para a cidade
de Nidhogg, levando com si as manoplas de seu inimigo morto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário