Forbidden Romance
Romance
Proibido
Algumas semanas depois...
“E...esse são os últimos”.
Tristan estava juntamente com alguns de seus soldados
reprimindo um ataque de guerreiros bárbaros nas planícies não muito distantes
da cidade. Os inimigos usavam armaduras de aço sob peles de animais para
aguentarem o frio das Terras do Norte.
—Rapazes!
— Chamou Tristan,
dirigindo-se aos seus soldados. —
Esses três últimos são por minha conta.
—
Sim, Capitão! — Disse
um de seus soldados.
Os outros soldados assentiram e deixaram Tristan
enfrentar sozinho os últimos três bárbaros. O primeiro avançou rapidamente
contra o Capitão com seus dois machados. O bárbaro atacou com uma seqüência de
ataques rápidos enquanto avançava implacavelmente. Tristan conseguia evitar a
série de ataques, tanto bloqueando com o escudo tanto com a espada, sempre
andando para trás. Tristan esperava apenas uma pequena brecha na guarda se seu
oponente. Finalmente, o inimigo atacou com os dois machados simultaneamente com
um ataque horizontal da direita para a esquerda, deixando exposta parte de seu
abdômen. O Capitão então o golpeou com seu escudo, tirando-lhe o ar de seus
pulmões, ficando totalmente exposta para um golpe dilacerante na garganta.
—
E então? — Tristan
falava num idioma estranho, dirigindo-se aos inimigos remanescentes. —Vão apenas ficar
observando?
“Graças ao meu pai, posso intimidar esses bárbaros em sua
própria língua”.
Tristan riu. Os dois guerreiros se enraiveceram e
investiram na direção do Capitão.
“É mais divertido quando todos cooperam”.
Tristan arremessou o escudo na cabeça do bárbaro que
carregava uma espada de ferro quase maior que ele próprio, derrubando-o no
chão, atordoado. O outro guerreiro avançava com um machado de duas mãos em
direção ao Capitão. O inimigo golpeou com um ataque vertical de baixo para
cima, mas Tristan apenas desviou com uma cambalhota para a esquerda. O oponente
ataca horizontalmente na direção do Capitão agora, porém ele agacha, com a
lâmina do machado errando sua cabeça por não mais de dois centímetros.
Rapidamente, Tristan ataca com uma estocada a partir de um salto, fincando sua
espada no peito do inimigo.
“Só falta um agora”.
O bárbaro com a espada já havia se levantado, porém,
ainda estava meio tonto, cambaleando na direção de Tristan.
“Isso não vai ter nem graça”.
O Inimigo levantou a espada e correu na direção do
Capitão.
“A pancada deve ter deixado esse infeliz com tanta raiva,
ou talvez tão confuso, que ele se esqueceu de manter o mínimo nos termos de
defesa. Bem...isso vai ser rápido”.
Antes que o bárbaro pudesse descer a espada em um ataque
contra Tristan, o jovem Capitão desferiu uma estocada veloz na barriga no
inimigo.
—
E...pronto. — Tristan
retirou a espada do corpo do bárbaro e a embainhou em sua cintura. Em seguida,
andou até o escudo e o pegou. Ele então se dirigiu aos soldados. — O que vocês acharam?
Os soldados começaram a aplaudi-lo.
—
Exibido. — Disse um.
—
Já vi melhores. —Disse
outro rindo.
—
Muito bem, então. —
Disse Tristan. Ele riu. —
Vamos voltar para a cidade e para nossa recompensa.
Todos urraram e marcharam de volta para o castelo de
White Plains.
Após cair nas graças do Duque novamente, Tristan
permaneceu no castelo até a noite, conversando sempre que podia com Maximillian
ou com qualquer outra pessoa do local. Secretamente, o jovem tinha outro
objetivo: encontrar-se com sua amada. O Capitão desceu lances de escadas até as
masmorras do castelo, onde foi recebido por um guerreiro. Ele era alto, mais
musculoso que qualquer outro guerreiro de White Plains. Seus olhos eram opacos,
não era possível afirmar a cor deles. Seu cabelo era escondido pelo seu elmo e
sua barba loira era desgrenhada. Ele carregava um martelo gigantesco feito de
aço com um cabo de madeira.
—
Ah... Tristan! —
Exclamou o guerreiro. —
Sempre pontual para seus encontros, não? —
Ele riu, mostrando seus dentes amarelados.
—
Não me aborreça, carcereiro. —
Disse Tristan, com um sorriso no rosto. Os dois riram.
—
Melhor não deixar sua Isolde esperando.
Tristan assentiu com a cabeça, sorrindo.
“Isolde...minha querida”.
Tristan entrou no corredor, com a chave em mãos para a
cela de sua amada. Ele se dirigiu á porta do local e a destrancou. Ao entrar na
cela, Isolde se jogou nos braços de Tristan e os dois se beijaram. Ela poderia
estar vestindo roupas simples e desbotadas de serviçal, mas ela continuava
linda. Seu rosto continuava magistral, mesmo que um pouco sujo.
—
Sentiu minha falta? —
Perguntou Tristan com um sorriso bobo no rosto.
—
Obviamente, meu cavaleiro metido. —
Respondeu Isolde, rindo. —
Alguma novidade?
—Bem...mais
uma invasão de bárbaros das Terras do Norte foi impedida com sucesso...
—
Que orgulho
— ...e
eu tive uma idéia, na minha humilde opinião, fantástica.
—
Que seria?
—
Fugir daqui. Com você.
—
Como?
—
Nosso querido carcereiro Wilhelm pode nos ajudar.
O gigantesco guerreiro apareceu atrás deles.
—
Não seria a primeira vez que eu estaria ajudando vocês, sabe? — Wilhelm falou em um tom
meio convencido, quase soando heródico, com sua voz rouca e grave. — Eu permito que vocês se
encontrem aqui, não?
—
Mas você concorda em continuar nos ajudando, certo? — Disse Tristan, pretensiosamente.
—
Mas é claro. — O
carcereiro sorriu.
—
Mas...por quê? —
Perguntou Isolde, sem saber de onde vinha tanta generosidade. — Só por Tristan ser um
Capitão?
—
O amor pode não ter dado certo para mim, mas pode para vocês. — Disse Wilhelm, sério. — Eu perdi minha amada há
muito tempo. Também perdi minha vontade de lutar, Não tinha mais nada que me
motivasse. Aceitei esse emprego...mas nem sei o porquê. Pelo dinheiro, talvez.
É pouco, mas era o suficiente para me embebedar ao fim de cada dia. Não
entendia porque minha existência continuava. Mas agora... — Ele apoiou a mão esquerda
no ombro de Tristan, e a direita no de Isolde. —
...acredito que eu não posso morrer. Pelo menos, não enquanto vocês não
estiverem juntos. —
Ele sorriu. — A vida
de vocês só está começando.
—
Temos que decidir ainda para onde vamos, mas podemos pegar um cavalo nos
estábulos da cidade, talvez quando eu voltar de uma missão. — Disse Tristan para
Isolde. — Podemos
fugir daqui. Podemos ser felizes juntos, longe daqui. Daremos um jeito, tenho
certeza. — Ele
segurou as mãos dela. —
O que você me diz?
—
Você é um tolo, sem dúvida. —
Disse Isolde. —
Planeja os fins, mas não os meios. Não sei como alguém tão inconsequente pode
ter sido nomeado Capitão.
—
E...?
—
E...eu te amo e vamos juntos viver nossa vida longe daqui. — Eles se beijaram.
—
Eu também te amo, Isolde.
—
Que fofos. — Disse
Wilhelm num tom de voz bem estúpido. —
Parece que foi ontem que eu concedi a Tristan o direito de entrar aqui para
falar com Isolde por ser um bom rapaz. Após essas semanas juntos, já se amam e
tem planos para viverem juntos para todo sempre. Gosto de pensar que isso não
seria possível sem minha ajuda.
—
Claro que seria impossível. —
Disse Isolde, sorrindo para Wilhelm.
—
Concordo. — Disse
Tristan. — Nunca
podemos lhe agradecer o suficiente, Wilhelm. Agora, por favor, nunca mais diga
“que fofos”. Não combina com você.
Os três riram.
—
Bem...então após sua próxima missão, você deixará seu cavalo fora da cidade e o
que? — Perguntou
Isolde.
—
É só você se fingir de morta. —
Disse Wilhelm para Isolde. —
Caso eu confirme, você poderá ser enterrada no cemitério fora da cidade, já que
você não é cidadã. Eu posso te levar até o local, juntamente com o padre da Luz
e o coveiro, que tem presença obrigatória nos funerais. Eu posso me livrar
deles com facilidade. É um cemitério para não-cidadãos, não é muito protegido,
talvez nem tenha guarda, e muito menos testemunhas. Posso afirmar depois que a
morte dos dois foi obra de um assassino qualquer.
—
Você pode me esperar no próprio cemitério. —
Disse Tristan. — Em
um lugar deserto como o cemitério, ninguém desconfiaria que um Capitão do
exército estivesse fugindo com uma ex-escrava, não?
—
A apresentação do plano está boa, pelo menos. —
Disse Isolde. —
Espero que dê certo.
—
Vai dar tudo certo. —
Disse Tristan. Seus olhos brilhavam. —
Pode confiar.
Os dois se abraçaram forte. Wilhelm sorriu.
—
Avise-me quando for a próxima missão para planejarmos tudo. — O carcereiro olhou para
as outras celas. —
Espero que ninguém daqui ouse dizer nada sobre isso, certo!?
Nenhum pio vinha dos outros escravos.
—
Fique tranqüilo. —
Riu Tristan. — Nada
nesse plano dará errado. —
Ele se voltou para Isolde. —
Na próxima vez que nos virmos, estaremos indo rumo a uma nova vida.
—
Sim! — Ela concordou
e o beijou.
—
Daqui a pouco eu volto. Não mais que alguns dias. — Prometeu Tristan.
Ele saiu da cela e depois se despediu de Wilhelm.
—
Até a próxima, Capitão.
—
Até, caro amigo.
Eles se abraçaram.
“Tinha uma lágrima escorrendo no rosto dele...?”.
Tristan
saiu do castelo enquanto alguém o observava.
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