Astaroth, The
Demonic Psycho
Astaroth,
o Psicopata Demoníaco
De volta ao presente...
De volta ao palácio de Nidhogg, Tristan acordou com uma
batida na porta de seu quarto.
—
Abra a porta! — Disse
a voz enquanto batia mais vezes na porta.
Tristan se dirigiu a porta de seu quarto e a destrancou.
Um Demônio de estava o aguardando impacientemente. Sua pele era avermelhada e
os cabelos eram negros e compridos. Sua túnica era quase tão escura quanto à
armadura de Tristan. Seus olhos eram amarelos e brilhantes.
—
Finalmente. — O
Demônio disse, bufando. —
Você tem um sono pesado pra quem praticamente não precisa dormir. — Ele arqueou uma
sobrancelha e inclinou a cabeça para um lado. —
Tendo problemas para dormir? —
Ele zombou.
—
Não é da sua conta. —
Tristan respondeu friamente. —
O que o traz aqui?
—
Uma ordem do Lorde das Trevas. —
O Demônio limpou a garganta. —
A ordem de sua próxima missão será entregue por alguém em Ratsden.
—
Ratsden? — Tristan
sorriu amargamente. —
Que chique.
—
Não reclame. Aparentemente, é um lugar de preferência do Demônio que lhe
encarregará a missão. Fica em um bar perto da saída subterrânea do palácio.
—
Ótimo.
Tristan se transformou em sombras e seguiu descendo os
andares do palácio em um instante, até chegar até o nível mais baixo do
palácio, no subsolo, saindo em Ratsden.
“Ratsden. Charmosa como sempre”.
Conhecida como a “Cidade de Baixo da Cidade”, Ratsden era
simplesmente horrível. Os ladrões, assassinos e mercenários mais vis, cruéis e
desonrados habitavam. Também era o lugar onde aqueles que não tinham nenhum
lugar para ir se refugiavam. Era uma grande favela, com cassas feitas de pedra
esculpidas há muito tempo, antes mesmo que o lugar se tornasse a possa de
devassidão e violência que se tornou a marca da cidade. Era um refúgio para os
indesejados e rejeitados, o lugar onde oportunidades surgiam para os que
abandonaram a ética. O céu da cidade era a escuridão vinda do solo da cidade de
Nidhogg logo acima. O cheiro que entorpecia o olfato de quem andava pelas ruas
era uma hora de bebida forte e barata; outra hora era o de carcaças apodrecendo
nas vielas; outra hora, ainda, era a mistura dos dois.
“Ótimo...agora onde estará o meu novo contato?”.
Tristan olhava pelas ruas. Via várias pessoas vestidas
com trapos, rostos cobertos com capuzes ou máscaras, armaduras enferrujadas...
“Não acho possível que uma dessas pessoas tenha ido conversar
com Nidhogg...não importa o quão louco ele seja”.
De repente, viu um trio se aproximando. Estavam todos
usando capas longas com capuzes pretos. Entretanto, as armas não eram tão bem
escondidas quanto os rostos. O da esquerda, o mais baixo, carregava duas
espadas. O do meio, o mais alto, um martelo de duas mãos. O da direita, de
estatura média, tinha uma adaga na cintura e um arco e aljava nas costas.
—
Você! — O mais alto
disse, dirigindo-se a Tristan. —
Diga o seu nome!
—
E quem é você para me mandar fazer alguma coisa? —
Tristan disse enquanto encarava o trio. —
Vocês são a escória das Trevas. Mercenários, pelo visto. Não tem lábia para
serem mercadores. Nem são discretos o suficiente para serem assassinos ou
ladrões. Pelo menos, eu pessoalmente nunca vi ladrões que usassem uma arma
desse tamanho e armadura pesada por baixo das vestes.
—
Como? — O mais baixo
indagou. — Como você
pode saber disso?
—
Vocês acham que por suas armaduras estarem cobertas por seus trajes elas não
fazem barulho? —
Tristan sorriu secamente, em escárnio. —
Patético.
—
Cale a boca! — O
arqueiro ordenou. —
Apenas nos diga seu nome!
—
Caso contrário? —
Tristan perguntou.
—
Caso contrário...nos o mataremos! —
O mercenário com o martelo urrou e tirou sua arma das costas. Ao mesmo tempo, o
da esquerda brandiu suas espadas e o da direita sacou seu arco e já preparava
uma flecha.
—
Eu gostaria de ver vocês tentarem. —
Tristan sorriu.
—
Eu também. — Disse
uma voz vinda do nada.
Os três mercenários se assustaram. A voz era profunda e
parecia cortar o ar.
—
Então você que é o meu contato para a nova missão, Astaroth? — Tristan perguntava,
olhando para o nada.
—
Sim. — A voz
respondia. — Te conto
os detalhes sobre o alvo e a localização dele assim que eu acabar com esses
três aqui.
—
O que eles fizeram?
—
E, de repente, você se importa com a morte de três mercenários de Ratsden? Logo
você?
—Estou
apenas curioso.
—
Sei...
—
Eu também estou com vontade de matar esses insolentes. Eles me desafiaram. Você
ouviu.
— É...verdade.
Nesse caso...
Duas mãos saíram das sombras de uma parede. Elas eram
pretas como ônix com algumas manchas bem feitas do que parecia ser sangue. Os
dedos e unhas se fundiam em garras afiadas. As mãos se apoiaram na parede para
que a criatura pudesse se puxar para fora das sombras. A cabeça apareceu
primeiro, com o rosto virado para baixo e dois chifres acinzentados no topo.
Depois, o tronco. Por fim, as pernas, com os pés com garras tão pontiagudas
quanto às mãos. Não era possível afirmar se o Demônio usava uma armadura negra
com uma pintura de guerra vermelha ou se aquela era a própria pele da criatura.
Quando ele levantou o rosto e exibiu seus olhos completamente verdes e sorriso
com dentes longos e brancos como a neve, ficou claro que todo o corpo do ser
era como se fosse feito de metal. Sua expressão era relaxada. Seu queixo e
nariz eram finos e pontiagudos.
—
...eu terei que acabar com eles o mais rápido possível, não é? — Astaroth gargalhou e
desapareceu novamente nas sombras.
—
O que era aquilo!? —
O mercenário com as espadas perguntou. O medo era claro em sua voz.
—
Astaroth. Um dos Demônios mais fortes da atualidade. Vocês não estavam caçando
ele?
—
Sim! — O arqueiro
disse ainda mais desesperado que o amigo. —Ele
matou o irmão do nosso contratante. Por isso que estamos aqui para matá-lo. Mas
não tínhamos ideia de que ele era um Demônio! Presumimos que fosse apenas um
assassino qualquer de Ratsden!
—
Vocês só receberiam a recompensa após matá-lo, certo? — Tristan perguntou. — Não receberam nem um pouco adiantado, não é?
Mas, quando retornassem, a recompensa seria inimaginável. Foi algo assim que
seu contratante prometeu?
—
Sim! — O guerreiro
com as duas espadas confirmou. —
A recompensa quase pareceu boa demais. Se não tivéssemos assinado um
contrato escrito, nunca teríamos acreditado. Como você sabe disso??
—
O seu contratante não esperava que vocês conseguissem. — Tristan disse, secamente. — Ele esperava que vocês
morressem. Vocês parecem ser o tipo de gente que importuna gente como ele.
Acertei?
—
Nós...eventualmente causamos problemas no bar dele. — Afirmou o mercenário com o arco. — Bebíamos demais e
acabávamos brigando com outros bêbados e sempre acabávamos destruindo alguma
coisa. Era sempre um banco, uma mesa ou várias canecas a menos.
—
Já chega! — O
mercenário com o martelo bradou. —
Não quero saber se é um Demônio ou um Anjo! Enfrente-me criatura! Apareça!
—
Como queira. — A voz
de Astaroth estava mais clara agora.
De repente, surgindo das sombras do mercenário que
bradava, o braço esquerdo de Astaroth atravessou o peito do guerreiro, rasgando
as vestes dele com a mesma facilidade com que rasgava sua pele, ossos e
armadura.
—
Preparados, garotos? —
Astaroth lambia o sangue que estava em seu braço. — Eu estou. —
Ele gargalhou maquiavelicamente.
—
Maldito! — O guerreiro
com as duas espadas gritou e avançou na direção do Demônio.
O mercenário atacou com as duas armas com um movimento
vertical para baixo. Astaroth pegou as duas espadas com suas garras e riu. Ele
começou a apertar as armas e rachaduras começaram a surgir nas lâminas.
—
Gostei da sua determinação. —
Astaroth parecia sincero. —
Mas você é patético com essas espadas. Agora, morra!
Astaroth apertou as espadas até elas se despedaçarem. Em
seguida, golpeou a garganta do mercenário com sua garra direita, jorrando o
sangue do oponente.
—
Só falta um agora! —
Astaroth ria loucamente enquanto olhava para o arqueiro. Apesar de seu rosto
não estar visível, o mercenário estava aterrorizado, encolhido perto de uma
parede.
Rapidamente, Tristan fincou sua espada no abdômen do
arqueiro, matando-o com um único golpe.
— Pronto. — Tristan disse.
— Você roubou minha presa, desgraçado! — Astaroth bradou.
— Eu
já havia dito: eles me desafiaram também. Eu merecia matar pelo menos um deles.
E mais uma coisa: você matou o irmão de um nobre razoavelmente poderoso. Você
tem uma recompensa pela sua cabeça. Logo, mais mercenários aparecerão atrás de
você. Tenho certeza que até alguns seguidores da Luz em breve estarão tentando
te emboscar e te exterminar em nome do Lorde da Luz.
—
Verdade... — A
expressão psicótica desaparecia do rosto de Astaroth lentamente.
—
Bem, e quanto a minha missão?
—
Você terá que fazer algo bem divertido: assassinar um nobre devoto à Luz!
—
Que nem você fez a não muito tempo atrás?
—
Exato!
—
Preciso dos detalhes.
Astaroth tirou uma carta das sombras.
—
Tudo o que você precisava saber está aqui. —
O Demônio sorriu. —
Divirta-se! — E sumiu
nas sombras.
Tristan lia o que estava no pedaço de papel.
“Planícies centrais de Griffinrealm. Devoto à Luz.
Esgrimista. Protegido em um forte por um esquadrão de vinte soldados de elite.
Perfeito. Parece que vai ser divertido”.
Tristan se transformou em trevas e se dirigiu ao local de
sua nova missão.
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